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Mundo tem 1 morte de mulher ou menina a cada 10 minutos
Por Elsa Oliveira Vereadora
A Organização das Nações Unidas – ONU divulgou um relatório sobre os números de feminicídios no mundo. A data da divulgação foi escolhida para chamar a atenção para esses dados no Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher, celebrado mundialmente em 25 de novembro, e integra o calendário da Campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres”.
Esse estudo intitulado “Feminicídios em 2023” revela que, dos 85 mil assassinatos intencionais sofridos pela população feminina em 2023, cerca de 60% foram no contexto conjugal ou familiar; independente de condições socioeconômicas e grupos etários.
Prestem atenção: isso significa que, todos os dias, 140 mulheres e meninas são mortas por seus parceiros íntimos ou familiares, o que equivale a uma morte desse grupo a cada 10 minutos.
A África registra as taxas mais elevadas de feminicídio relacionado com parceiros íntimos e familiares, com 21,7 mil vítimas, seguida pelas Américas e pela Oceânia.
Também em alusão ao dia 25 de novembro, o Instituto Patrícia Galvão, com apoio do Ministério das Mulheres, divulgou a pesquisa “Medo, ameaça e risco: percepções e vivências das mulheres sobre violência doméstica e feminicídio”, feita no Brasil, e que revela que duas em cada dez mulheres já foram ameaçadas de morte pelo parceiro/namorado ou ex.
Dentre esses 21%, 18% afirmaram que já foram ameaçadas de morte por algum parceiro, e 3% já sofreram ameaças de mais de um namorado. Com isso, a pesquisa diz que é possível estimar que quase 17 milhões de brasileiras já viveram ou vivem em situação de risco de feminicídio.
Esses números nos lembram da urgência em combater todas as formas de violência que atingem mulheres no mundo inteiro, desde a física até a psicológica, econômica ou social. E a Campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres” é mais uma oportunidade para refletirmos, dialogarmos e agirmos, promovendo políticas públicas e iniciativas que garantam a segurança, os direitos e a dignidade de todas.
E, embora a luta contra a violência doméstica tenha sido encampada pelas mulheres e pelos movimentos feministas há décadas, é fundamental que os homens também assumam um papel ativo nesta causa.
Em primeiro lugar, é preciso que eles reconheçam a gravidade do problema e se engajem em iniciativas de conscientização e combate à violência, como campanhas de prevenção e de denúncia.
Além disso, é fundamental que os homens sejam capazes de refletir sobre suas próprias atitudes e comportamentos, e de reconhecer e questionar os padrões machistas e violentos que muitas vezes reproduzem no cotidiano. Isso envolve, por exemplo, o respeito à autonomia e à integridade física e emocional das mulheres, o repúdio à violência verbal e física e a promoção da cultura do consentimento e do respeito mútuo.
Para os homens que são pais, importante educar os filhos de forma que respeitem as meninas e mulheres com as quais convivem, não reproduzindo comportamentos que reforcem a desigualdade entre gêneros, conversando sobre os sentimentos para quebrar paradigmas machistas e por fim, sendo exemplo permanente ao rever as atitudes que possam colaborar para um ambiente desfavorável às mulheres.
A luta no combate à violência contra a mulher é uma responsabilidade de toda a sociedade, e os homens devem estar empenhados em construir uma cultura de igualdade, respeito e não-violência.
É importante lembrar que a violência contra a mulher é uma violação dos direitos humanos, um problema complexo que precisa ser abordado de forma estrutural e com políticas públicas efetivas de prevenção, proteção e punição dos agressores. Somente assim poderemos avançar na erradicação da violência contra as mulheres e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária para todas e todos.
Que cada vez mais possamos construir uma sociedade baseada no respeito e na igualdade. Juntas, podemos fazer a diferença.