Você sabia que o exercício controla a Epilepsia?

Por Dr Robson Mailho

A Epilepsia é uma doença crônica que afeta 45,9 milhões de pessoas no mundo implicando em questões psicossociais e tem como tratamento os medicamentos antiepiléticos como a principal estratégia terapêutica podendo causar efeitos adversos que dificultam a adesão no tratamento.

A Revista Neurologia.com, publicou uma revisão de vários artigos científicos em 2020, mostrando os benefícios do exercício físico sobre a epilepsia como uma forma de tratamento terapêutico não invasivo.

Estudos

Os estudos mostraram que ao estimular o cérebro para provocar as epilepsias em ratos, esses foram expostos a atividades físicas comparados a outros que também tiveram a epilepsia, mas não fizeram nenhuma atividade física.

Então, ao realizar qualquer atividade física, os níveis de Norepinefrina aumentam causando um efeito protetor que inibe o mecanismo pela disseminação da atividade epilética e ao mesmo tempo, o estresse metabólico causado pela atividade física, ativa o hormônio liberador de Coricotropina que estimula a produção de outras substâncias causadas pelo exercício aeróbio, também diminui a suscetibilidade às crises epiléticas.

A Melatonina também está aumentada no organismo ao realizar a atividade física promovendo em efeito de controle nas crises epiléticas agudas e reduz algumas manifestações crônicas.

Porque quanto mais cedo se inicia a prática de atividades físicas, mais cedo se gera reservas neurais protetoras no possível desenvolvimento de uma epilepsia.

A atividade física aumenta a capacidade de neurônios e conexões entre esses neurônios além de diminuir a perda de células cerebrais e os seus danos secundários à uma lesão cerebral. Embora a fadiga, estresse emocional, exercício aeróbio excessivo podem ser fatores dos efeitos colaterais do exercício físico mas raramente, as crises epiléticas ocorrem devido à realização de alguma atividade física.

No entanto, o estudo também mostrou os benefícios do exercício físico sobre os fatores emocionais onde após 4 semanas de exercícios, houve um aumento de substâncias com a Dopamina e Norepinefrina causando melhora no humor, na autoestima, maior integração social, diminuição de queixas na fadigas e melhora do sono.

Porque a família da pessoa com crise epilética deve compreender a importância da mobilidade diária para obter o melhor controle das crises e o quanto a imobilidade provoca de malefícios a todo o organismo desde o cérebro a parte músculo esquelética.

Então, pessoas que tem algum tipo de crise epilética necessitam de um tratamento personalizado e individualizado para conseguir realizar os exercícios físicos de forma orientada e supervisionada por um Fisioterapeuta que irá acompanhar as evoluções e dificuldades apresentadas durante o tratamento. Mas podendo alterar a atividade proposta a qualquer momento, então tendo como objetivo a execução da atividade com mais eficiência e segurança.

Forte abraço, cuide-se bem e conte comigo!

Fonte[REV NEUROL 2020; 71: 31-37]

PMID: 32583413DOI: https://doi.org/10.33588/rn.7101.2020028

Dr. Robson G. Mailho – Fisioterapeuta – CREFITO-3 108.159F

Colunista do Jornal Digital da Região Oeste

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