Depressão: Como Meghan, sorrimos na foto em vez de pedir ajuda
Depressão é um transtorno mental caracterizado por tristeza profunda persistente e aversão a atividades. Pode afetar os pensamentos, comportamentos, sentimentos e o bem-estar de uma pessoa. Na última semana fomos surpreendidos com as declarações de Meghan Markle, a atriz que virou duquesa ao se casar com o príncipe Harry afirmou que esteve com depressão quando vivia com a Família Real.
Alvo constante dos paparazzi a canadense sempre foi vista nas fotos deslumbrante e bem vestida, a sua aparência radiante rodou o mundo. As roupas usadas por ela se esgotaram rapidamente, e todas nós demos uma olhadinha em seu estilo babando com tanta elegância. O que a gente não sabia é que debaixo daquela make, a atriz estava deprimida e enquanto sorria, pensava em se matar.
Esta e outras revelações foram feitas pela própria Meghan em entrevista a Oprah, concedida junto com Harry à rede de TV americana CBS. Chorando, ela contou que chegou ao fundo do poço e que tinha pensamentos suicidas nos dois anos em que viveu próxima à Família Real britânica desde que se casou em 2018. No início do ano passado, ela e Harry deixaram suas funções junto a realeza e se mudaram para os EUA.
“Eu simplesmente não queria mais estar viva. E esse foi um pensamento constante, muito claro e assustador”, disse ela a Oprah. Para ilustrar a situação, Meghan deu um exemplo impressionante: no dia em que contou ao marido que passava a noite pensando em se matar, os dois precisavam ir a um evento. E ela foi, apesar de estar péssima, porque não podia ficar sozinha. “Por que você poderia fazer algo errado?”, perguntou Oprah. “Sim”, respondeu.
Nas fotos do evento, ela estava linda como sempre, em um vestido brilhante mostrando a barriga de grávida. Olhando aquele retrato, a gente deve ter pensado que aquilo é que era vida boa e sentido uma leve inveja da moça linda, grávida de um filho que nasceria literalmente em berço de ouro, amada e glamourosa.
Bem, por trás de toda a imagem perfeita que a gente invejava, estava uma mulher desesperada por socorro, que pedia sem sucesso ajuda para ser internada, com medo de “fazer alguma bobagem”. “Você não tem ideia do que se passa com as pessoas. Mesmo com quem está sorrindo, você tem de ter compaixão”, contou ela, chorando, na entrevista.
É fato. Não sabemos. E nunca foi tão fácil fingir felicidade e vida perfeita. Para isso, não precisamos de paparazzo, já que nós mesmas nos fotografamos e exibimos nossa “perfeição” e nossa vida maravilhosa para os amigos nas redes sociais. Em vez de pedir socorro, sorrimos em selfies. E em uma corrente que nunca acaba, olhamos para fotos de pessoas sorrindo com uma vida perfeita que acreditamos e invejamos, sem imaginar que por baixo do filtro a outra pessoa pode estar péssima.
Não estou falando que todas nós estamos com pensamentos suicidas no momento (se você estiver, procure ajuda). Mas, principalmente agora, em plena crise mundial, com cerca de duas mil pessoas morrendo por dia, em decorrência da pandemia no Brasil, não existe quem esteja bem o tempo todo, com uma vida maravilhosa.
Inclusive, porque vida sem contratempos não existe, mesmo quando não há uma pandemia. E também não existe príncipe que possa mudar isso. Muito pelo contrário, quem casa com um príncipe, como Meghan e Diana, acabam tendo seus problemas superdimensionados. Na verdade ao nos relacionarmos, é natural idealizarmos os encontros e as interações sociais a partir do desejo de encontrar cumplicidade, identificação e companheirismo, mas o que encontramos pelo caminho muitas vezes é totalmente o contrário. Portanto respeitar as nossas fraquezas e buscar ajuda diante de angustias e dúvidas é sempre a melhor opção.