Um convite para Olhar a Resistência Preta!

 Um convite para Olhar a Resistência Preta!
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Por Amanda França

 

Na escola, todos nós aprendemos nas aulas de história um conteúdo superficial do período escravista brasileiro que, via de regra, pode ser resumido em: africanos (as) foram escravizados (as) pelos europeus por quase 400 anos até que em 1888 com um ato da Princesa Isabel, a chamada “Lei Áurea”, houve a “abolição da escravatura” (ponto).

 

Contudo, sabemos que não foi bem assim e quero aqui fazer um convite para que todos possam olhar de modo mais humano e analítico esses 134 anos que se passaram. Observamos que a Lei de abolição da escravidão (Lei Aurea) não significou uma reestruturação social, pelo contrário, a população preta “recém liberta” não teve nenhuma oportunidade e/ou acesso digno à moradia, educação, alimentação, saúde, trabalho, lazer e etc o que consolidou as bases da desigualdade social e eliminou a construção da noção de igualdade de condições entre brancos e negros em nosso país.

 

A população preta não teve nenhuma oportunidade digna de recomeçar sua história.  Começaram então a procurar locais para se instalarem com suas crianças, e saíram de um contexto onde eram acorrentados, açoitados, mulheres violentadas, para então ocupar regiões afastadas e por vezes formando os quilombos, em busca de apenas conseguir respirar e garantir sua vida em um ato de Resistência.

 

Os impactos disso são sentidos até hoje. A população preta representa, aproximadamente, 54% do contingente populacional do nosso país, no entanto, são os mais são atingidos, pelo desemprego, violência e insegurança alimentar. Diariamente uma mulher preta é humilhada, um jovem preto morre na periferia, um homem não consegue uma vaga de emprego, apenas porque são Pretos.

 

Resistir já faz parte do cotidiano da população preta. Mas cada um de nós, independentemente de sua raça/cor, deve lutar por direitos iguais, respeito e justiça social. Como podemos fazer isso?

 

As Politicas publicas são uma ferramenta importante de garantia e promoção da Igualdade Racial. Para tanto, a atual gestão pública em Osasco implementou em 2021 a Secretaria Executiva de Políticas de Promoção da Igualdade Racial- SEPPIR, um espaço de construção participativa que dialoga diretamente com a sociedade civil, além de promover políticas intersetoriais com o objetivo de fomentar ações afirmativas.  Vale destacar que a SEPPIR desenvolve projetos e políticas públicas em diversas frentes visando fortalecer pautas relacionadas não somente a população preta, mas também a população indígena e povos tracionais de terreiros, imigrantes e refugiados LGBTQIAPN+, com um olhar para garantia de direitos.

 

Amanda França

Socióloga e Mestre em Ciências Ambientais pela USP.  Foi Secretária de Meio Ambiente de Osasco e atualmente, ela atua no desenvolvimento de políticas públicas no terceiro setor, com recorte social e Racial, onde comanda a pasta da Secretária Executiva De Políticas de Promoção da Igualdade Racial em Osasco.

 

 

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