Argentina e paraguai reforçam fronteiras em resposta a operação no rio
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Após uma grande operação das forças de segurança do Rio de Janeiro contra o crime organizado nos complexos da Penha e do Alemão, Argentina e Paraguai intensificaram o patrulhamento em suas fronteiras com o Brasil.
A ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, anunciou o reforço da segurança fronteiriça como medida de proteção aos cidadãos argentinos contra um possível fluxo de criminosos decorrente dos confrontos no Rio de Janeiro. Em publicação nas redes sociais, ela divulgou o ofício enviado à secretária de Segurança Nacional, Alejandra Monteoliva, determinando o aumento do efetivo das tropas federais na fronteira.
No documento, Bullrich se refere aos membros da facção brasileira Comando Vermelho como narcoterroristas e orienta os oficiais a estabelecerem contato com as autoridades policiais do Brasil e do Paraguai para uma atuação conjunta.
Brasil, Argentina e Paraguai mantêm um acordo de cooperação policial na fronteira, conhecido como Comando Tripartite da Tríplice Fronteira. Um alerta emitido por este comando motivou o governo paraguaio a adotar medidas de vigilância adicionais.
O Conselho de Defesa Nacional (Codena) do Paraguai emitiu um comunicado informando que o reforço do efetivo fronteiriço e as medidas de controle migratório visam impedir a entrada de integrantes do Comando Vermelho que possam ter escapado da operação policial nos complexos da Penha e do Alemão. O Codena afirma que as instituições nacionais de segurança adotaram medidas extraordinárias de prevenção e vigilância em toda a fronteira.
A Operação Contenção, realizada pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, resultou em cerca de 120 mortes, incluindo quatro policiais, segundo o último balanço. O governo do estado classificou a operação como um sucesso, afirmando que as mortes ocorreram em decorrência da reação violenta dos envolvidos. A operação resultou em 113 prisões, com 33 detidos vindos de outros estados, além da apreensão de 118 armas e uma tonelada de drogas. O objetivo era conter o avanço do Comando Vermelho e cumprir 180 mandados de busca e apreensão e 100 de prisão, 30 deles expedidos pela Justiça do Pará.
Com um efetivo de 2,5 mil policiais, a operação é considerada a maior e mais letal realizada no estado nos últimos 15 anos. Os confrontos e as ações de retaliação de criminosos geraram pânico na cidade, impactando o funcionamento de vias, escolas, comércios e postos de saúde. Moradores, familiares das vítimas e organizações denunciam a operação, descrevendo-a como uma “chacina” e reportando casos de execuções.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br