Qualidade de vida e envelhecimento ativo: o papel da Fisioterapia

Por Dra Patricia Chaves
O envelhecimento pode ser definido como um processo sociovital multifacetado ao longo de todo o curso da vida. A velhice denota o estado de “ser velho”, condição que resulta do processo de envelhecimento que gerações vivenciaram e vivenciam dentro de contextos sociais, políticos e individuais diversos.
Há evidências de que a grande maioria dos idosos apresenta nível elevado de comprometimento funcional, dependência e solidão. Entretanto, envelhecer não é sinônimo de doença, inatividade e contração geral do desenvolvimento. A princípio, para se envelhecer de forma saudável, é fundamental aumentar as oportunidades para que os indivíduos possam optar por um estilo de vida mais adequado, que inclui mudanças de hábitos alimentares e atividade física regular e, consequentemente, o controle da saúde física e psicológica. Assim, a definição de envelhecimento ativo é apresentada como a “otimização das oportunidades de saúde, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida a medida que as pessoas ficam mais velhas.
Por mais natural que seja, a velhice sempre vem associada a alguns sintomas físicos, que podem trazer incômodos, como a diminuição da visão, a perda ou aumento de peso e assim por diante. Vivenciar essas mudanças no corpo pode ser difícil para algumas pessoas, e assim a saúde mental é afetada.
Uma pessoa idosa passa por uma séries de modificações, em âmbitos pessoais, profissionais, esse processo altera várias funções no organismo com o passar do tempo, no qual, começam a declinar gradualmente num processo dinâmico, ligados intimamente a fatores biológicos, psíquicos e sociais.
O envelhecimento ativo protege ainda o indivíduo, proporcionando lhe segurança e cuidados quando necessário. O processo de envelhecimento tem sido alvo de estudos nos últimos tempos. O conceito de envelhecimento e as atitudes perante as pessoas idosas têm sofrido alterações, por um lado, o nível de conhecimentos sobre a fisiologia e anatomia humanas e, por outro lado, a cultura e as relações sociais das várias épocas, sendo um fenômeno inevitável.
E qual o papel do fisioterapeuta, no processo de envelhecimento ativo do idoso?
A fisioterapia pode potencializar os resultados promovendo exercícios voltados ao fortalecimento muscular, equilíbrio e flexibilidade. Manter a mobilidade é essencial para garantir segurança e independência na realização das atividades cotidianas. Avaliações periódicas da marcha, da postura e da força são fundamentais para prevenir complicações e preservar a funcionalidade, além, das orientações educativas.
Um dos principais riscos na terceira idade são as quedas, que frequentemente resultam em lesões graves. No entanto, esse risco pode ser significativamente reduzido com medidas simples: fortalecer a musculatura dos membros inferiores, praticar exercícios de equilíbrios e manter o ambiente doméstico seguro.
A fisioterapia também desempenha papel essencial no estímulo ao envelhecimento ativo, valorizando autonomia e o bem-estar ao longo dos anos. Além de prevenir doenças musculoesqueléticas, os exercícios adaptados á realidade de cada idoso promovem a socialização e fortalecem a autoestima. A prática regular de exercícios melhora a circulação, fortalece músculos e articulações. Além de contribuir para o combate á depressão, ansiedade e insônia.
Alguns sinais indicam que a saúde do idoso merece atenção especial: quedas frequentes, perda de peso inexplicada, confusão mental, alteração de humor, incontinência, dor persistente e dificuldade para realizar tarefas simples são motivos para procurar avaliação profissional, a detecção precoce de problemas permite um cuidado mais eficaz e humanizado.
Dessa maneira, a importância da fisioterapia para o envelhecimento saudável torna-se evidente, especialmente por sua capacidade de prevenir complicações, recuperar capacidades motoras e promover bem-estar. Ao integrar ações físicas, educativas e sociais, os fisioterapeutas contribuem para um processo de envelhecimento mais dinâmico, autônomo e inclusivo, que valoriza a dignidade e a participação ativa do idoso na sociedade.