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Frente da Alesp quer aproximar ecossistema tecnológico do mercado de trabalho paulista
Para coordenador Luiz Claudio Marcolino (PT), o compartilhamento de inovações aumentará a competitividade econômica do Estado, gerando mais empregos
Buscando encurtar a distanciamento entre instituições de pesquisas e as empresas paulistas, a Alesp lançou, nesta quinta-feira (1º), a Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia, Inovação e sua Integração com o Mercado de Trabalho. O fórum será coordenado pelo deputado Luiz Cláudio Marcolino (PT), tendo Thiago Auricchio (PL) como vice.
“Queremos construir uma ponte entre o ecossistema de pesquisa, desenvolvimento e inovação [PD&I] e a sociedade. Incentivar soluções inovadoras e geração de empregos qualificados, especialmente para os segmentos sociais mais vulneráveis”, explicou Marcolino, acrescentando que essa aproximação gera mais competividade para as empresas estaduais.
Grandes nomes do ecossistema tecnológico, paulista e brasileiro se dispuseram a colaborar com a Frente. Prestigiaram o lançamento, por exemplo, o Parque Tecnológico da USP, Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp); além de gestores do Ministério da Ciência (MCTI) e da Embrapa Meio Ambiente (empresa federal que tem unidade em Jaguariúna).
O coordenador-geral de Tecnologias Digitais do MCTI, Guilherme Correa, também considera relevante a aproximação entre os setores produtivos e as instituições de pesquisa. Ele mostrou que os investimentos em PD&I no Brasil já passam de R$ 2,5 bilhões e que a grande parte das indústrias incentivadas ficam no Estado.
Sobre o retorno econômico do financiamento público, o assessor da Fapesp, Milton Flavio Marques, citou o fomento aos jovens que empreendem por meio de projetos que envolvem validação tecnológica. “Para cada R$ 1 investido nessas startups, elas devolvem 15 vezes em produção para o Estado de São Paulo”, comparou.
Estima-se que um terço das startups brasileiras nasceram em São Paulo. O CEO da Universitas Brasil, Demétrius Moura, ressaltou o caráter inclusivo dessas empresas digitais e que é preciso “construir ferramentas para facilitar o acesso da população a esse ambiente de inovação, sem precarização das relações de trabalho”.
Nesse sentido, Robson Arantes, do Programa Nacional de Inovação (Terra2 Inova), propôs a criação de uma base regulatória para as startups em São Paulo. Ele defende que isso facilitaria tanto a adesão dos municípios quanto a aquisição de tecnologia para pequenas empresas.
A inserção do vocábulo trabalho no nome da Frente atraiu a atenção de entidades classistas, como o Sindicato dos Bancários de São Paulo. Sem manifestar aversão ao avanço tecnológico, a presidente Ivone Silva declarou, no entanto, que “a tecnologia não pode servir apenas para o aumento dos lucros e a diminuição dos postos de trabalho. Tem que bom para o trabalhador também”, salientou.
Também usaram a palavra no evento da Alesp o coordenador do Parque Tecnológico de USP/São Carlos, Tito Bonagamba; o reitor da UCSC, Leandro Prearo; a chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Ana Paula Packer; e o presidente do Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento (TID-Brasil), Rafael Marques.