Fisioterapia da Mulher, você conhece?

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Disfunções sexuais femininas: a importância da fisioterapia e do acolhimento adequado no resgate da sexualidade feminina

Sentir dor na relação sexual, perda gradativa de desejo, diminuição da lubrificação, dificuldade ou impossibilidade de atingir o orgasmo são problemas muito comuns no universo feminino. É de extrema importância que as mulheres se informem sobre qualquer fator que as impeça de exercerem sua sexualidade de forma saudável e prazerosa.

Infelizmente, grande parte das mulheres que sofrem de dor na relação sexual ou de outras disfunções acabam “deixando de lado” estes sofrimentos e levam a vida desta forma, muitas não possuem diálogo aberto com o parceiro e com o passar do tempo chega a um ponto que se torna insuportável. Na prática clínica, é muito comum elas relatarem que continuaram a ter relações mesmo com a presença de dor, desconforto, sem sentir nenhum prazer. E, quanto maior o tempo, maiores as chances destas mulheres apresentarem disfunções nos músculos desta região, chamados músculos do assoalho pélvico. Por exemplo, nos casos de dor, estes músculos muito provavelmente apresentam tensão, e a tensão gerará o quê? Cada vez mais dor! Temos aí a formação de um ciclo vicioso (e muito doloroso!).

A saúde sexual é de extrema importância para o ser humano em si. Há pesquisas que relatam os prejuízos emocionais que as disfunções sexuais podem causar, tais como baixa autoestima, impossibilidade de ter filhos, crises no relacionamento, divórcios e até mesmo o surgimento de crises de ansiedade, pânico e depressão.

É extremamente necessário buscar ajuda profissional caso seus sintomas estejam atrapalhando sua vida íntima. Um grande número de mulheres sentem constrangimento em abrir sua intimidade e expor as dificuldades que estão enfrentando, mas sem dúvida ao identificar um problema na sua saúde sexual o primeiro passo é buscar ajuda profissional com um fisioterapeuta especializado em fisioterapia uroginecológica ou fisioterapia pélvica.

A escolha de um fisioterapeuta que tenha entendimento nesta área é fundamental pois ele será capaz acima de tudo de oferecer confiança e acolhimento para que a mulher se sinta livre e confortável para falar a respeito de suas queixas. Para o sucesso no tratamento é fundamental que haja uma entrega total na abertura de seus sentimentos, pois muitas vezes a dor física pode ter correlação direta com episódios de traumas emocionais vividos por esta mulher, como por exemplo histórico de relacionamentos tóxicos, abusos sofridos na infância ou até mesmo na vida adulta. “É o corpo respondendo a uma ferida que também é emocional”.

Outros profissionais extremamente importantes nestes casos são o ginecologista, psicólogo e psiquiatra. O olhar do ginecologista irá investigar possíveis desequilíbrios hormonais, doenças que afetam a região reprodutiva do corpo e cirurgias ginecológicas feitas anteriormente, por exemplo. Quando o quadro tem origem emocional, como traumas, uma educação muito repressora, estresse e depressão, por exemplo, um acompanhamento psicológico associado à atuação conjunta do fisioterapeuta especialista em uroginecologia é extremamente necessário.

Já o psiquiatra é essencial para avaliar e investigar também o uso de medicações, pois há diversos medicamentos que podem contribuir para a piora da disfunção sexual, como por exemplo a baixa da libido e a dificuldade de atingir o orgasmo. A união entre os profissionais forma o time perfeito para o problema ser atacado em sua raiz e para que a sexualidade e a qualidade de vida sejam devolvidas a essas mulheres.

E como a fisioterapia atua nesse universo?

Várias pesquisas apontam um grande número de mulheres que não tem o conhecimento do que é o assoalho pélvico e da sua função na sexualidade feminina. Estes músculos vão desde o osso acima do clitóris até o final da coluna vertebral e podem apresentar tensão, perda de força ou não exercer sua função de forma correta. Se estes músculos não estão saudáveis, há grande chance das mulheres apresentarem queixas diretamente ligadas às disfunções sexuais. Por isso é fundamental essas pacientes serem avaliadas por um fisioterapeuta especialista na área.

“A fisioterapia uroginecológica possui equipamentos de alta tecnologia e outros recursos que permitem identificar e desativar pontos de dor, trabalhar o relaxamento e a funcionalidade dessa musculatura. Isto é feito com total respeito aos limites da paciente, pois ela já enfrenta o sofrimento causado pelo quadro e o impacto na sua vida e no seu relacionamento. Além do foco para melhora do problema muscular na região íntima, o profissional deverá ter o conhecimento necessário da importância de incluir no tratamento pontos importantes como o autoconhecimento íntimo, o resgate da autoestima e a autoconfiança dessas mulheres. Temos excelentes ferramentas e ótimos resultados para o tratamento de todas as disfunções sexuais”, explica a fisioterapeuta Dra Liliana Stüpp, doutora e pós-doutora pelo Departamento de Medicina/Ginecologia, da Universidade Federal de São Paulo.

Para que esse resultado seja alcançado, é imprescindível que os profissionais tenham empatia e compreendam as dificuldades e angústias destas pacientes. “Não é fácil para uma mulher reconhecer o problema e lidar com ele. Mais difícil ainda é buscar apoio e expor a intimidade. Além do foco nos músculos do assoalho pélvico, o acolhimento é fundamental para deixar a paciente segura, à vontade e confortável, para que, respeitando o ritmo dela, o tratamento possa ser conduzido com sucesso”, finaliza Dra. Liliana Stüpp.

 

Dra. Liliana Stüpp
Fisioterapia uroginecológica – e-mail: dralilianastupp@gmail.com

Doutorado e pós doutorado pelo Dpto de Medicina (Ginecologia) – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Especialização em reabilitação do assoalho pélvico – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Member of International Continence Society (ICS)
Member of International Urogynecological Association (IUGA)

Agradeço a gentileza da Dra. Liliana em aceitar o convite para esclarecer e informar nossas leitoras sobre este assunto que pode ser um bloqueio para muitas mulheres e que esta matéria, traga mais consciência e coragem para vocês.

Forte abraço, cuide-se bem e conte comigo!
Fonte: RM Fisioterapia Personalizada
Dr. Robson G. Mailho – Fisioterapeuta – CREFITO-3 108.159F
Especialista em Qualidade de Vida nas Doenças Crônicas
Colunista do Jornal Digital da Região Oeste
Instagram: @rm_fisiopersonal

 

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