Dia Mundial da Liberdade de Imprensa: Um Olhar Crítico sobre a Comunicação e a Defesa da Verdade

 Dia Mundial da Liberdade de Imprensa: Um Olhar Crítico sobre a Comunicação e a Defesa da Verdade
Compatilhe essa matéria

Por Elsa Oliveira / Vereadora em Osasco

No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, celebrado em 3 de maio, é essencial refletirmos sobre o papel fundamental da comunicação na sociedade contemporânea. Para mim, que escolhi o jornalismo como profissão, essa data não é apenas uma homenagem aos jornalistas e aos meios de comunicação, mas também um convite à reflexão sobre os desafios enfrentados por aqueles que, todos os dias, buscam informar e educar o público de maneira ética, imparcial e precisa.

A liberdade de imprensa é um direito essencial para o funcionamento de qualquer democracia. No entanto, essa liberdade não deve ser confundida com a autorização para disseminar informações falsas ou distorcidas. A propagação de fake newstornou-se um dos maiores desafios para a comunicação no século XXI. As notícias falsas se espalham com uma velocidade impressionante e têm um impacto significativo na formação da opinião pública.

Neste cenário, a internet tem transformado radicalmente a paisagem da comunicação, tanto positiva quanto negativamente. Por um lado, ela oferece uma plataforma sem precedentes para que jornalistas e comunicadores compartilhem informações com um público global, e isso é uma grande vitória para a liberdade de imprensa. Contudo, por outro lado, a mesma rede mundial tem sido um terreno fértil para a propagação de desinformação, discursos de ódio e manipulação midiática.

As redes sociais, em particular, se tornaram campos de batalha na guerra pela verdade. O algoritmo que rege a distribuição de conteúdos favorece, muitas vezes, os mais sensacionalistas ou polarizadores, em detrimento das informações equilibradas e bem fundamentadas. Esse fenômeno contribui para o fortalecimento de bolhas informativas, nas quais os usuários são expostos apenas a conteúdos que reforçam suas crenças, sem o devido contato com uma variedade de perspectivas.

Além disso, a disseminação rápida de informações pela internet desafia a própria prática do jornalismo investigativo, que exige tempo e paciência para verificar os fatos antes de publicá-los. Com o objetivo de “ganhar a corrida pela notícia”, muitos profissionais são pressionados a publicar informações sem a devida checagem, o que contribui ainda mais para o crescimento de fake news.

Diante disso, nesse Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, lembremos da importância da comunicação responsável e ética. Em um cenário de crise da verdade e da confiança, é imprescindível que os profissionais de comunicação se empenhem na defesa da liberdade de imprensa, ao mesmo tempo em que combatem as fakenews e promovem a transparência e a responsabilidade.

Ao comemorarmos esta data, é fundamental reconhecer que a liberdade de imprensa é um direito que deve ser protegido, mas que, em sua prática cotidiana, exige o compromisso com a veracidade, a imparcialidade e o respeito à ética jornalística. A internet e as redes sociais representam tanto uma oportunidade quanto um desafio para a liberdade de expressão. Só com um esforço coletivo, que envolva jornalistas, comunicadores e a sociedade, será possível preservar o espaço público da informação de qualidade e combater a desinformação que ameaça a saúde da democracia.

Em tempos de fake news, a verdadeira liberdade de imprensa é aquela que, em primeiro lugar, busca a verdade.

Relacionados