Artistas plásticos da Granja Viana participam do 9º Anuário de Artes da Luxus Magazine
Convívio entre gerações combate preconceito etário e promove sociedade inclusiva
© Marcelo Camargo/Agência Brasil
O etarismo, preconceito e discriminação baseados na idade, afeta principalmente os idosos e se manifesta de diversas formas no cotidiano, como na exclusão de profissionais mais experientes no mercado de trabalho e na desvalorização de suas queixas na área da saúde. Profissionais da saúde, por exemplo, podem atribuir erroneamente sintomas a “coisas da idade”, negligenciando o devido cuidado.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam um aumento significativo da população idosa no Brasil. Entre 2000 e 2023, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais quase dobrou, passando de 8,7% para 15,6%, o que representa um salto de 15,2 milhões para 33 milhões de idosos no país. A projeção para 2070 indica que os idosos representarão cerca de 40% da população brasileira, totalizando 75,3 milhões de pessoas.
A fisioterapeuta Isabela Azevedo Trindade, presidente do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), aponta que os meios de comunicação frequentemente perpetuam estereótipos de idosos como frágeis e dependentes. Essa visão negativa se estende às relações familiares, com casos de infantilização e desconsideração da autonomia do idoso.
Trindade alerta que o preconceito internalizado leva muitos idosos a acreditarem em sua própria incapacidade, o que gera isolamento social, impede o engajamento em atividades produtivas e reforça a ideia de que envelhecer é algo ruim. Combater o etarismo é, portanto, essencial para valorizar o envelhecimento como uma fase natural da vida e construir uma sociedade inclusiva para todas as idades.
A especialista defende que a promoção do relacionamento intergeracional é a chave para combater o etarismo, valorizando o convívio e a troca de experiências entre diferentes gerações. Para ela, é fundamental incluir o tema do envelhecimento nos meios de comunicação, mostrando idosos ativos e produtivos, capacitar profissionais da saúde para evitar atitudes etaristas e fomentar políticas públicas que garantam a inclusão social e a empregabilidade de pessoas idosas.
Trindade enfatiza que a busca por uma longevidade saudável envolve a adoção de hábitos como atividade física, alimentação saudável e sono adequado em todas as fases da vida.
O secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, destaca que o enfrentamento ao etarismo passa pela educação e pela mudança cultural. Para ele, crianças que não desenvolvem uma visão positiva do envelhecimento tendem a perpetuar o preconceito.
Nesse sentido, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) lançou a revista em quadrinhos “Turma da Mônica em: Intergeracionalidade”, com o objetivo de promover o diálogo entre gerações e abordar temas como diversidade, respeito e etarismo. A publicação busca desmistificar a ideia de que a velhice significa o fim da vida afetiva e da sexualidade.
Além disso, a Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa desenvolve outras ações, como iniciativas educacionais voltadas ao combate ao analfabetismo e programas de formação tecnológica para idosos.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br