Câmara de Osasco e Prefeitura discutem convênio com Enel

 Câmara de Osasco e Prefeitura discutem convênio com Enel

Foto: Ricardo Migliorini CMO

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Alvo de críticas, concessionária prevê investimento de R$ 1,7 bilhão para melhorar serviços

Representantes da concessionária Enel, que atende as cidades da Grande São Paulo com o fornecimento de energia elétrica, participaram de Audiência Pública na Câmara de Osasco na noite desta quarta-feira (24). O encontro teve como saldo a definição de uma política de comunicação mais direta entre a empresa e o poder público para a garantia do bom andamento do convênio firmado com o município.

Organizada pela Comissão de Política Urbana, Meio Ambiente e Defesa dos Direitos do Consumidor de Serviços Públicos Municipais, a pedido do vereador Adauto (PDT), a Audiência Pública teve como objetivo debater o convênio entre a Enel e a Prefeitura de Osasco, que prevê a poda de árvores. Mas, os participantes também pautaram questões envolvendo falhas no atendimento da empresa.

O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Fábio Grossi, abriu o encontro relatando as dificuldades enfrentadas na comunicação com a Enel para que as equipes da Prefeitura consigam acompanhar as podas de árvores que invadem a fiação elétrica.

“A Enel antigamente mandava uma programação para a gente. O que era de responsabilidade da prefeitura, nós fazíamos. Depois que mudou a equipe, não recebemos mais essa programação. Outro ponto é que a maioria desses serviços está causando transtorno, perda de tempo e de dinheiro para as equipes envolvidas da Prefeitura, Defesa Civil, Demutran e da própria Enel”, explicou Grossi.

O vereador Adauto, que presidiu a Audiência, apresentou um vídeo com imagens de árvores atrapalhando a fiação elétrica na Zona Norte da cidade. O parlamentar também relatou a dificuldade de atendimento da população no serviço 0800 da concessionária.

Secretária dos trabalhos da noite, a vereadora Cristiane Celegato (Republicanos) falou sobre as falhas constantes de energia no Parque Industrial Anhanguera, que prejudicam o andamento do trabalho das empresas. Ela também reclamou das altas tarifas e do atendimento prestado.

Já o presidente em exercício da Câmara, vereador Josias da Juco (PSD), cobrou mais comprometimento da concessionária com os clientes e com o município de Osasco.

Carmônio Bastos (Podemos) apontou a falta de ligação de energia no campo de futebol recém-inaugurado no bairro Jardim Piratininga.

Elsa Oliveira (Podemos) relatou o problema enfrentado pelo restaurante Bom Prato, que necessita da troca de chave seccionadora e já abriu três protocolos de serviço para a execução do serviço. Segundo a vereadora, o equipamento é necessário para o bom funcionamento do espaço, que serve refeições para a população socialmente vulnerável.

Lúcia da Saúde (Podemos) cobrou solução para os problemas de falta de energia na Zona Norte de Osasco e de postes mal instalados, muitas vezes em frente de garagens, impedindo a passagem de veículos dos moradores.

Laércio Mendonça (PSD) cobrou uma solução por parte da concessionária para a questão das podas das árvores.

Posicionamento da empresa

O diretor de Relações Institucionais da Enel, Marco Augusto Mesquita, afirmou reconhecer as dificuldades mostradas pelos vereadores e representantes da Prefeitura. No entanto, Mesquita acredita que grande parte dos problemas sejam muito mais reivindicações do que reclamações.

De acordo com o diretor, o serviço de poda de árvore não é uma responsabilidade da empresa prevista em lei. “Mas a Enel quer se comprometer mais do que deveria para atender o município de Osasco”, diz, ao falar sobre a responsabilidade assumida para executar as podas.

Quanto à reclamação sobre a demora no desligamento da rede, Mesquita respondeu que “quanto menos eu desligar, melhor”. A justificativa é que a Agência Nacional de Energia Elétrica usa os casos de falha de energia para medir os índices da concessionária.

O dirigente revelou que a empresa deve investir R$ 1,7 bilhão em tecnologia para melhorar a qualidade do atendimento. Segundo ele, o objetivo é que o sistema dependa cada vez menos de pessoas – o que permitirá a redução do prazo máximo para o desligamento de energia.

Em relação às reclamações da população intermediadas pelos vereadores, Mesquita diz ser importante apresentar o número da instalação e do protocolo de atendimento do cliente.

No que diz respeito às tarifas, o diretor da Enel justificou que a parte que remunera o trabalho da distribuidora corresponde a 22% da conta. “Os outros 80% eu pago antes de receber do cliente. Energia elétrica é cara, sempre foi cara e vai continuar sendo cara”, acrescentou.

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