Agenda cultural traz exposições gratuitas

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Com o tema “Faz escuro mas eu canto” a 34ª Bienal exibe mais de 1.100 obras de 91 artistas.

A 34ª edição se destaca pela quantidade equilibrada de artistas homens e mulheres e por programação paralela que envolve 20 instituições.

Não há como negar que a Bienal é um dos maiores eventos mundiais de arte, que está ligado ao inconsciente coletivo do paulistano de todas as idades, tendo se tornado patrimônio cultural da cidade. Com adiamento de um ano por conta da pandemia de Covid-19, a 34ª Bienal de São Paulo retoma as atividades e promete empolgar o público com a produção de artistas que traduzem muito bem o espírito de seu tempo em suas obras.

O evento sempre grandioso, conta com mais de 1.100 trabalhos expostos de 91 artistas de todos os continentes, somente no Pavilhão Ciccillo Matarazzo. A visita é complementada pela inserção de 14 enunciados, elementos que não são necessariamente artísticos, mas, por seus significados e histórias marcantes, sugerem leituras diferentes para as obras dispostas ao redor. A 34ª Bienal de São Paulo tem como título “Faz escuro mas eu canto” e não se restringiu aos museus e centros culturais. A edição também dominou o mundo virtual, com direito a um catálogo digital, um podcast, um curta-metragem e uma linha do tempo.

É possível contemplar, por exemplo, três objetos sobreviventes ao incêndio no Museu Nacional, mostrando como a ação de resistir pode tomar diversas formas. São eles o meteorito Santa Luzia, que permaneceu sem nenhum dano; uma ametista (tipo de quartzo roxo) que adquiriu a coloração do citrino (um quartzo amarelo) ao ser exposta por muito tempo a uma altíssima temperatura; e uma ritxòkò, boneca doada à instituição por Kaimote Kamayurá, da aldeia Karajá de Hawaló, na Ilha do Bananal (TO), para substituir uma que foi destruída pelas chamas.

E por falar em resistência, outro enunciado impactante é a série de 120 retratos do jornalista, escritor e orador Frederick Douglass (1818 – 1895). Filho de uma mulher negra escravizada e de um pai branco desconhecido, ele se transformou na figura norte-americana mais fotografada do século 19, tornando-se um símbolo na luta pelo fim da escravidão.

O público também pode expandir a vivência para as 20 instituições parceiras que apresentam uma intensa programação paralela de mostras individuais, como Instituto Moreira Salles, Instituto Tomie Ohtake, Itaú Cultural, Japan House, Pinacoteca e Museu Afro Brasil. Uma delas é a do chileno Alfredo Jaar, em cartaz no Sesc Pompeia. A ideia do evento como um todo é refletir sobre a importância da diversidade. Inclusive, uma das referências curatoriais foi explorar o conceito de que devemos nos relacionar uns com os outros sem nos compreendermos completamente, já que somos seres complexos e plurais.

Nesse sentido, os números impressionam, a participação de homens e mulheres está equilibrada e 4% dos convidados se identificam como não-binários. Ao mesmo tempo, a 34ª Bienal de Artes se destaca como a com maior representatividade indígena entre todas as edições com dados disponíveis: cerca de 10% dos artistas pertencem aos povos originários de diferentes partes do mundo.

O Parque Ibirapuera também foi dominado pelas artes do evento. Um dos destaques é a instalação de Jaider Esbell, da etnia Makuxi, localizada perto das fontes do lago. Trata-se de dois objetos infláveis em formato de serpente, com 10 metros cada, estampados em cores vibrantes e com iluminação interna. Isso porque, no xamanismo, a cobra representa cura, transformação e regeneração.

A realização do evento desse ano ganhou um significado especial por conta do aniversário de 70 anos dessa iniciativa que mudou para sempre a relação do Brasil com a arte contemporânea e com o circuito internacional. Ao longo de 33 edições, o evento teve a participação de 140 países, 11.500 artistas ou coletivos, mais de 70 mil obras e 8,5 milhões de visitantes. Assim, mostra se tornou o principal evento internacional de arte contemporânea do hemisfério sul e o segundo mais antigo do mundo.

Vale a pena conferir, é só reunir a família e os amigos e curtir o evento!

 

Entrada gratuita – Até 05 de dezembro de 2021

Terça, quarta, sexta, domingo e feriado, das 10h às 19h (entrada até 18h30)

Quinta e sábado, das 10h às 21h (entrada até 20h30)

Parque Ibirapuera – Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Moema.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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