Agenda cultural: MIS traz exposição de um dos maiores gênios do cenário musical mundial o rei do Blues B.B. King

 Agenda cultural: MIS traz exposição de um dos maiores gênios do cenário musical mundial o rei do Blues B.B. King

Crédito: canva

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Exposição enaltece a vida e o legado de B.B. King, discutindo temas como segregação e inclusão por meio de um acervo fascinante.

 

Uma exposição inédita dedicada ao Rei do Blues, B.B. King, permitirá que o público tenha acesso a diversos itens relacionados à sua vida e obra. Intitulada “B.B. King: um mundo melhor em algum lugar”, a mostra ocupa o MIS (Museu da Imagem e do Som) e tem ingressos á preços acessíveis, sem contar que toda terça-feira entrada é gratuita.

 

A mostra faz referência ao álbum de 1981, “B.B. King: There Must Be a Better World Somewhere”, e aborda questões de segregação e inclusão, oferecendo uma experiência sensorial aos visitantes.

 

É uma oportunidade única para mergulhar na história e legado desse ícone do blues e compreender a importância de sua música na luta por igualdade e justiça.

 

Além da trajetória do artista, a exposição sobre B.B King também destaca outros movimentos de combate à segregação ao redor do mundo, proporcionando uma narrativa que interliga a vida do músico, os panoramas das lutas sociais globais e o projeto cenográfico.

 

Trajetória:

Riley Ben King, mais conhecido como B. B. King, nasceu em Itta Bena, próximo de Indianola, no Mississipi, EUA em 16 de setembro de 1925, foi um guitarrista de blues, compositor e cantor estadunidense. O “B. B.” em seu nome significa Blues Boy, seu pseudônimo como moderador na rádio W. Foi considerado, ao lado de Eric Clapton e Jimi Hendrix, um dos melhores guitarristas do mundo pela revista norte-americana Rolling Stone. Ao longo da sua carreira, B.B. King foi distinguido com 15 prémios Grammy, tendo sido o criador de um estilo musical único e que faria dele um dos músicos mais respeitados e influentes de blues, tendo ganho o epíteto de Rei dos Blues.

 

Era apreciado por seus solos, nos quais, ao contrário de muitos guitarristas, preferia usar poucas notas. Certa vez, B.B. King teria dito: “posso fazer uma nota valer por mil”.

 

Teve uma infância difícil aos 9 anos, vivia sozinho e colhia algodão para se sustentar. Começou por tocar, a troco de algumas moedas, na esquina da Second Street. Chegou mesmo a tocar em quatro cidades diferentes aos sábados à noite.

 

No ano de 1947, partia para Memphis, no Tennessee, apenas com sua guitarra e $2,50 dólares. Como pretendia seguir a carreira musical, a cidade de Memphis, onde se cruzavam todos os músicos importantes do sul dos Estados Unidos, sustentava uma vasta competitiva comunidade musical em que todos os estilos musicais negros eram ouvidos.

 

Nomes como Django ReinhardtBlind Lemon JeffersonLonnie JohnsonCharlie Christian e T-Bone Walker tornaram-se ídolos de B. B. King.

 

A primeira grande oportunidade da sua carreira surgiu em 1948, quando atuou no programa de rádio de Sonny Boy Williamson, na estação KWEM, de Memphis. Sucederam-se atuações fixas no “Grill” da Sixteenth Avenue e mais tarde um anúncio publicitário de 10 minutos na estação radiofónica WDIA, com uma equipe e direção exclusivamente negra. “King’s Sport”, patrocinado por um tônico, tornou-se então tão popular que aumentou o tempo de transmissão e se transformou no “Sepia Swing Club”.

 

King precisou de um nome artístico para a rádio. Ele foi apelidado de “Beale Blues Boy”, como referência à música “Beale Street Blues”, foi abreviado para “Blues Boy King” e eventualmente para B. B. King.[2] Por mera coincidência, o nome de KING já incluía a simples inicial “B”, que não correspondia a qualquer abreviatura.

 

Pouco depois do seu êxito “Three O’Clock Blues”, em 1951, B. B. King começou a fazer turnês nacionais sem parar, atingindo uma média de 275 concertos por ano. Só em 1956 B. B. King e a sua banda fizeram 342 concertos. Dos pequenos cafés, teatros de “gueto”, salões de dança, clubes de jazz e de rock, grandes hotéis e recintos para concertos sinfônicos aos mais prestigiados recintos nacionais e internacionais, B. B. King depressa se tornou o mais conceituado músico de blues dos últimos 40 anos, desenvolvendo um dos mais prontamente identificáveis estilos musicais de guitarra, a nível mundial.

 

O seu estilo foi inspirador para muitos guitarristas de rock. Mike BloomfieldAlbert CollinsBuddy GuyFreddie KingJimi HendrixOtis RushJohnny WinterAlbert KingEric ClaptonGeorge Harrison e Jeff Beck foram apenas alguns dos que seguiram a sua técnica como modelo. Era considerado o melhor guitarrista do mundo por Hendrix.

Em 1969, B. B. King foi escolhido para a abertura de 18 concertos dos Rolling Stones. Em 1970 fez uma turnê por UgandaNigéria e Libéria, com o patrocínio governamental dos Estados Unidos.

 

Começou a participar da maioria dos festivais de Jazz por todo o mundo, incluindo o Newport Jazz Festival e o Kool Jazz Festival New York, e sua presença tornou-se regular no circuito por universidades e colégios

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Em 1989 fez uma turnê de três meses pela AustráliaNova ZelândiaJapãoFrançaAlemanha OcidentalPaíses Baixos e Irlanda, como convidado especial dos U2, participando igualmente no álbum Rattle and Hum, deste grupo, com o tema “When Love Comes to Town”.

 

Em 26 de julho de 1996, aproveitando ter um concerto agendado para Stuttgart, deslocou-se de propósito de avião até à base aérea de Tuzla, para atuar perante tropas da SuéciaRússiaBélgica e Estados Unidos, estacionadas na Bósnia e Herzegovina num esforço conjunto de manutenção da paz. No dia seguinte, voou para a base aérea de Kapsjak, para nova atuação junto de tropas norte-americanas. B. B. King confessa: “Foi emocionante atuar para estes homens e mulheres. Apreciamo-los e queremos que eles saibam que têm o nosso total apoio na sua árdua tarefa de manutenção da paz.”

 

  1. B. King terminou 1996 com uma turnê pela América Latina, com concertos no MéxicoBrasilChileArgentinaUruguaie, pela primeira vez, no PeruParaguai. O “Rei dos Blues” totalizou mais de 90 países onde atuou.

 

Ao longo dos anos foi agraciado com diversos Grammy Awards: melhor desempenho vocal masculino de Rhythm & Blues, em 1970, com “The Thrill is Gone”, melhor gravação étnica ou tradicional, em 1981, com “There Must Be a Better World Somewhere”, melhor gravação de Blues tradicionais, em 1983, com “Blues’N Jazz” e em 1985 com “My Guitar Sings the Blues”. Em 1970, Indianopola Missisipi Seeds concede-lhe o “Grammy” de melhor capa de álbum. A Gibson Guitar Co. nomeou-o “Embaixador das guitarras Gibson no Mundo”.

 

Baseada na vida e na arte desse gênio do Blues, a exposição é um passeio imperdível sobre a origem desse gigante que, infelizmente, precisou aprender a lidar com questões muito graves de racismo desde o início da sua carreira.

 

Vale a pena conferir!

 

B.B. King: “Um mundo melhor em algum lugar”

Quando: A partir de 26 de Julho – De terça á domingo – Terça a sexta das 10h ás 19h – Sábados das 10h ás 20h – Domingos e feriados  das 10h às 18h

 

Quanto: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada) | Entrada gratuita às terças (retirada na bilheteria física do MIS)

Onde: MIS – (Museu da Imagem e do Som) – Avenida Europa, 158 – Jardim Europa, SP

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