VOLTE A SONHAR – UM CHAMADO À ESPERANÇA

Por Selma Cezar 

Hoje, quero compartilhar um pouco do meu cotidiano com vocês. Em meio a tantas demandas, senti a necessidade de estar mais próxima das munícipes que utilizam os serviços do CRAS.

Embora ofereçamos uma grande variedade de cursos, treinamentos e programas de desenvolvimento pessoal e familiar, percebi que muitas pessoas, apesar de recorrerem ao CRAS para suprir necessidades imediatas, não aproveitam as oportunidades de capacitação disponíveis, tanto na Secretaria da Mulher e da Família quanto no próprio CRAS.

Isso me fez refletir: o que leva alguém a permanecer inerte diante de situações tão vulneráveis, quando nosso município oferece tantas oportunidades de crescimento? Sei que algumas dessas pessoas enfrentam desafios físicos, mas, acredite, essa não é a maioria. Movida pelo desejo de ajudar, comecei a ouvir histórias – e que histórias! Após analisá-las, cheguei a um diagnóstico: muitas dessas pessoas pararam de sonhar, e outras, mesmo sonhando, não acreditam que seus sonhos podem se tornar realidade.

Viver sem expectativa de melhoras não é viver, é apenas sobreviver. Quando percebi isso, tive certeza de que estava no caminho certo, pois o principal propósito dessas visitas aos CRAS é semear a esperança! As histórias que ouvi me tocaram profundamente. Afinal, como alguém pode avançar se já não acredita que seus sonhos podem se concretizar?

Com uma linguagem simples e assertiva, tenho estado presente nesses espaços, compartilhando minha história de vida e mostrando a cada uma dessas pessoas que sonhar é necessário e realizar é possível!

Muitas participantes me procuram depois para compartilhar suas dores, e eu sempre tenho uma palavra de fé para semear. Afinal, até aquele momento, elas não sabiam que seus destinos podiam ser traçados com base em escolhas diárias.

Meu sonho é que cada mulher que participa dessas iniciativas saia com uma mentalidade transformada, pois trabalhamos autoestima, autovalor, autocuidado, autoconfiança, escassez e abundância. Esses tem sido os principais temas que abordo. Compartilho os desafios que enfrentei, as dificuldades que superei e o processo que me trouxe até aqui. Conforme falo, vejo olhos brilhando, sorrisos tímidos surgindo em rostos muitas vezes marcados pelo sofrimento.

É inspirador perceber em cada rosto um olhar de esperança. Sei que é um processo de crescimento porque vivo isso todos os dias. Eu sei que desejo alcançar algo maior e continuar trilhando novos caminhos está sendo ativado.

Sonhar é o primeiro passo para a realização. É o que nos dá propósito e direção. Mas não basta apenas sonhar. É preciso se preparar, se dedicar, estudar, trabalhar duro. É preciso traçar um plano, definir metas e não desistir diante dos obstáculos. Como disse Walt Disney:

“Se você pode sonhar, você pode realizar. “Foi exatamente isso que plantei nas mulheres que encontrei nos CRAS. Elas voltaram a sonhar, e junto com esse sonho, semeei a determinação de transformá-los em realidade. Quero ver pessoas buscando conhecimento, se capacitando, aproveitando oportunidades. Nesses dias, pude sentir a força da comunidade, o apoio mútuo e a crença de que juntos podemos ir mais longe.

Como primeira-dama, sei que minha história pode alimentar a esperança delas, e isso faz todo sentido para mim: ensinar a todos a não desistirem, a acreditarem em si mesmas e a buscarem seus objetivos.

Essas visitas me mostraram que os CRAS são muito mais do que centros de assistência social.

São espaços de esperança, transformação e empoderamento. São lugares onde os sonhos ganham voz e onde as pessoas encontram apoio para torná-los realidade.

Que esses encontros sirvam de inspiração para todos nós. Que possamos sonhar grande, traçar planos e trabalhar com determinação para alcançar nossos objetivos. E que nunca nos esqueçamos das palavras de Martin Luther King Jr.: “Eu tenho um sonho.” E esse sonho pode se tornar realidade, se tivermos coragem para lutar por ele.

Finalizamos a visita com a entrega de cestas básicas e na certeza que muitas ali, em breve, não dependerão mais dessa assistência, pois alcançarão voos altos.