Gestantes de áreas vulneráveis enfrentam maior risco de natimortalidade
Projeto promove bem-estar e autoconhecimento em presídio feminino do df
© Luiz Silveira/Agência CNJ/ Direitos Reservados
Sintonia entre corpo e mente, movimentos conscientes e a redescoberta do afeto: uma iniciativa transformadora tem impactado a vida de 60 detentas da Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia. Trata-se do projeto “Corpo Consciente, Escuta de Si”, que oferece oficinas semanais focadas no bem-estar integral das internas.
A psicóloga e psicodramatista Clara Costa, uma das idealizadoras, explica que o objetivo é criar um refúgio de cuidado e atenção em um ambiente frequentemente marcado pela rigidez. A respiração é a base do projeto, com atividades de atenção plena que permitem às participantes se regular em momentos de ansiedade ou insônia. A ideia é que as técnicas aprendidas possam ser replicadas individualmente nas celas ou compartilhadas entre as colegas.
Camila Mendonça, diretora da penitenciária, destaca que o projeto complementa as necessidades básicas oferecidas pelo Estado, como alimentação, vestuário, educação e saúde. Ela ressalta que a recuperação de uma pessoa vai além do básico. A iniciativa contribui para restaurar a autoestima e a identidade das detentas, permitindo que se vejam como indivíduos novamente.
A experiência tem um impacto único em cada participante. A música e a dança se tornam ferramentas de autoconhecimento, em um processo que se inicia dentro da penitenciária e se estende para a vida fora dela.
Uma das detentas relata que aprendeu a lidar com as oscilações de humor do dia a dia, respirando e buscando entender seus sentimentos em momentos de crise. Outra participante afirma que agora pensa antes de agir, buscando não prejudicar a si mesma, e valoriza o apoio que recebe de pessoas externas.
A psicóloga da Penitenciária Feminina do Distrito Federal, Aline Xavier, enfatiza o valor das oficinas, mencionando a emoção de ver as mulheres encontrarem um espaço de liberdade dentro da prisão.
Além de promover o bem-estar físico e emocional das detentas, o projeto também contribui para a redução de suas penas. A iniciativa conta com o apoio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br