Agenda Cultural: MASP Traz exposições sobre histórias indígenas

 Agenda Cultural: MASP Traz exposições sobre histórias indígenas

Créditos: Reprodução redes sociais

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Dando início à programação anual, três grandes exposições dedicadas às histórias indígenas ocupam o MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand).

Nada melhor que unir um momento de distração com aprendizado e cultura! Nos museus, é possível aprender sobre inúmeros assuntos, como arte, história, geografia, biologia, ciências entre outros. Assim, essas visitas além de ser  uma ótima opção de lazer, também incentivam a curiosidade, a criatividade, o repertório cultural, o pensamento crítico e o raciocínio lógico.

No intuito recorrente de levar o seu público a novas descobertas o MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand) abre o seu ano de exposições com mostras fascinantes sobre as culturas dos povos indígenas Macuxie Huni Kuin, além de curta-metragens sobre grafismos dos Mebengokré. Tais exposições pretendem apresentar a diversidade e complexidade dessas culturas, além de discutir o silêncio da história oficial da arte em relação a essa produção artística.

Carmézia Emiliano – A árvore da vida

A mostra “Carmézia Emiliano: a árvore da vida reúne pinturas que figuram e refletem sobre paisagens, objetos da cultura material e o cotidiano da comunidade da artista indígena Macuxi, localizada na Maloca do Japó, Normandia, Roraima.

Já “MAHKU: Mirações” apresenta pinturas, desenhos e esculturas – resultado de traduções de cantos, mitos e visões do grupo de etnia Huni Kuin, que vive no estado do Acre, na fronteira com o Peru.

E por fim, o Coletivo Bepunu Mebengokré exibe os curtas-metragens sobre a ancestral arte da pintura corporal, protagonizada pelas mulheres Mebengokré-Kayapó. As duas mostras ficam em cartaz até 11 de julho, já os curtas-metragens até o dia 18.

Carmézia Emiliano é uma artista autodidata de origem Macuxi, nascida em Maloca do Japó, Normandia, Roraima. Sua exposição apresenta 35 pinturas sobre tela, divididas em sete núcleos que abordam temas relacionados à subjetividade da artista e à vida em comunidade, refletindo manifestações culturais macuxis, como a dança do parixara, os jogos e brincadeiras relacionados aos períodos de festas, assim como a vida comunitária manifestada nas pinturas que representam habitações e espaços em comum.

Também se destacam os registros da transmissão de saberes, das redes de apoio entre mulheres e da relação de profundo respeito e cooperação com a natureza.

“MAHKU: Mirações

Essa exposição reúne cerca de 120 pinturas e desenhos que se originam tanto de traduções e registros de cantos, mitos e histórias de sua ancestralidade, como de experiências visuais geradas pelos rituais de nixi pae, que envolvem a ingestão de ayahuasca , denominadas mirações , que na cultura daimista, designa as visões provocadas pela ayahuasca. É um estado de êxtase, uma experiência transcendental, cognitiva, que se manifesta sob diversas formas.

A mostra pretende ampliar o conhecimento sobre e com os Huni Kuin, assim como a compreensão da contribuição de sua obra para a arte contemporânea.

Sala de vídeo: Coletivo Bepunu Mebengokré

A mostra do Coletivo Bepunu Mebengokré exibe os curtas-metragens “Menire djê: grafismo das mulheres Mebengokré-Kayapó” (2019) e narra o processo de produção da tinta de jenipapo, desde a colheita até a mistura com o carvão moído, que traz a pigmentação e consistência adequadas para aplicá-la nos corpos. Em seguida ao ciclo de preparo da tinta, a protagonista da obra realiza a pintura dos grafismos em sua própria filha e recorda-se de como seus avós e pais tiveram um papel significativo na relação que construiu com seu passado.

Já o curta “Mê’ok: nossa pintura” (2014) expande o diálogo com as cosmologias Mebengokré a partir do universo dos grafismos, em uma série de entrevistas e registros com pessoas que cresceram com a pintura do jenipapo e urucum feita por suas mães, tornando-se processos de manutenção da tradição até os dias atuais.

Outro destaque dessa exposição é um mural pintado em cores vibrantes nas laterais da rampa vermelha do museu, que interliga o primeiro e o segundo subsolos. Foram feitas aprovações no Iphan (Instituto do PatrimônioHistórico e Artístico Nacional) e no Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) que permitiu essa intervenção provisória de um ano. É uma pintura mural de 200 metros quadrados, somando-se todas as faces da rampa. O grupo veio completo do Acre para fazer essa pintura. Foi um trabalho bem árduo que será bem impactante para o visitante.

Exposições sobre Histórias Indígenas

Quando: Até 18 de junho de 2023

Terça, das 10h às 20h
Quarta a domingo, das 10h às 18h

Quanto:

R$ 30 (meia) e R$ 60 (inteira) | Entrada gratuita as terças e toda primeira quinta-feira do mês

 

Onde: MASP – Museu de Arte de São Paulo

Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista – SP.

 

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