Gestantes de áreas vulneráveis enfrentam maior risco de natimortalidade
Acusados pela morte de madalena leite enfrentarão júri popular
G1
O julgamento dos acusados pelo assassinato de Madalena Leite, ex-vereadora de Piracicaba (SP), está agendado para o dia 19 de novembro. Madalena, figura pioneira como a primeira travesti eleita vereadora na cidade, tinha 64 anos quando foi morta em abril de 2021. Três indivíduos foram detidos em conexão com o crime.
O corpo de Madalena foi encontrado em sua residência no bairro Vila Sônia. A Polícia Militar foi acionada e chegou ao local por volta das 12h30, constatando ferimentos no rosto da vítima. Um vizinho, que possuía a chave do imóvel e era frequente na casa, encontrou o portão apenas encostado e acionou as autoridades.
Após o crime, um exame do local revelou um quadro com uma foto de Madalena de sua época como vereadora quebrado, além de papéis espalhados pelo chão, indicando possível luta ou busca por algo.
As investigações da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba apontaram para um desentendimento sobre liderança comunitária como possível motivação do crime. Testemunhas relataram que um dos acusados demonstrava interesse em assumir o papel de Madalena na comunidade.
Os três suspeitos também são acusados de envolvimento em outro homicídio, ocorrido em 9 de abril de 2021, no qual um homem foi espancado e esfaqueado, vindo a falecer no dia seguinte. Os dois crimes teriam ocorrido no bairro Boa Esperança.
Durante a prisão do trio, a polícia apreendeu porções de cocaína, dinheiro e itens pessoais pertencentes a Madalena, incluindo um paletó, uma gravata, um molho de chaves e um lenço, que foram reconhecidos por familiares.
A investigação policial aponta que, no dia do crime, um dos acusados chamou Madalena, que ao abrir o portão foi agarrada pelo pescoço por outro suspeito, enquanto o terceiro revistava a casa em busca de dinheiro e objetos de valor. Madalena teria tentado se libertar, mas foi atingida por golpes de facão na cabeça, que causaram sua morte.
Familiares de Madalena, em busca de justiça, encomendaram camisetas com a imagem dela e mensagens alusivas ao caso. A intenção é utilizá-las durante o júri popular, que terá início às 9h do dia 19 de novembro no Fórum de Piracicaba.
Madalena foi eleita vereadora em 2012, obtendo expressiva votação. Antes de sua eleição, já era uma figura conhecida na cidade, com 25 anos de atuação como líder comunitária. Ela iniciou sua vida profissional como cozinheira e faxineira, posteriormente se tornando presidente do centro comunitário do bairro Boa Esperança.
Em 2016, Madalena se afastou da Câmara por motivos de saúde, sendo diagnosticada com câncer de próstata. Na mesma época, renunciou à candidatura à reeleição, alegando problemas de saúde e agressões racistas e homofóbicas sofridas durante seu mandato.
A vida e trajetória de Madalena inspiraram a produção de um documentário, com previsão de retomada e finalização em 2026.
Fonte: g1.globo.com