Governo libera r$ 3,3 bilhões adicionais para reconstrução no rio grande do sul
Quadrilha assaltou prédio para desviar atenção de investigação sobre joias, diz mp
G1
Um audacioso assalto a um prédio de alto padrão no centro de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, foi orquestrado por uma associação criminosa com o objetivo de desviar o foco das investigações sobre roubos de joias e um esquema de receptação que se estendia por três estados. A informação foi revelada pela promotora de Justiça Ethel Cipele.
O ataque ao edifício na Rua Campos Salles, ocorrido no final de setembro, foi planejado logo após a força-tarefa prender Diego de Freitas, conhecido como Diego Ouro, em Ribeirão Preto. A prisão foi resultado da identificação de receptadores no Paraná e em Minas Gerais, indicando a extensão da rede criminosa. Diego Ouro é apontado como um dos líderes do esquema de receptação de joias roubadas, inclusive de uma residência na Ribeirânia, invadida em maio.
“Eles queriam tirar a atenção da investigação do roubo da Ribeirânia e por isso teriam também praticado o roubo também na Campos Salles para que as investigações se desviassem, porque são muitas pessoas envolvidas em toda a preparação do roubo à residência”, explicou Ethel Cipele.
Os dois roubos, conectados à mesma organização criminosa, causaram um prejuízo estimado em R$ 10 milhões. As autoridades acreditam que a quadrilha planejava cerca de 15 crimes na cidade.
Os casos geraram inquéritos policiais que culminaram em duas ações penais, com ao menos 23 pessoas identificadas. Destas, seis estão ligadas aos dois assaltos. Doze pessoas foram identificadas pelo roubo ocorrido em maio na Ribeirânia, e responderão por roubo qualificado, associação criminosa, receptação (inclusive qualificada) e adulteração de sinais identificadores de veículo. Nesse caso, há ainda duas pessoas não identificadas, conhecidas pelos codinomes “Nem” e “Mensagem”, segundo o Ministério Público.
Pelo assalto ao prédio no Centro, 17 pessoas foram identificadas, sendo que 15 estão presas e já são consideradas réus. Elas responderão por associação criminosa armada, roubo qualificado, extorsão qualificada, furto, receptação, adulteração de sinal identificador de veículo e uso de documento falso.
A quadrilha, que possuía uma rede de receptação que ligava São Paulo, Minas Gerais e Paraná, foi alvo de uma primeira operação em setembro, após ser investigada por invasões de residências para roubar joias. Entre os crimes, destaca-se o assalto a uma casa na Ribeirânia, em maio. Na ocasião, um casal de idosos, o filho e uma funcionária foram feitos reféns e cerca de 300 peças, incluindo um colar de ouro e diamantes, foram roubadas. A esposa da vítima reconheceu o colar sendo vendido ao vivo em um programa de TV do Paraná, levando a família a identificar outras peças roubadas sendo comercializadas.
Estima-se que, somente neste assalto, a quadrilha tenha levado aproximadamente R$ 5 milhões.
Em 24 de setembro, o assalto ao edifício de alto padrão no Centro de Ribeirão Preto envolveu a rendição de prestadores de serviço e moradores, resultando na invasão de seis apartamentos e no roubo de joias avaliadas em mais de R$ 4 milhões. Os criminosos chegaram a alugar um imóvel no mesmo condomínio utilizando documentos falsos para facilitar a ação.
As investigações da Polícia Civil e do Ministério Público revelaram que a quadrilha utilizava recursos tecnológicos avançados, como aparelhos para decodificar portões eletrônicos, equipamentos para burlar sistemas de reconhecimento facial e veículos com placas clonadas. Além disso, empregavam um aplicativo, originalmente desenvolvido para análise financeira por instituições bancárias, para rastrear bens e selecionar potenciais vítimas, monitoradas por câmeras e redes sociais.
Fonte: g1.globo.com