O PSDB paulista segue encolhendo nas eleições gerais

 O PSDB paulista segue encolhendo nas eleições gerais

créditos da foto: psdb-mulher.org.br

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Por Marcelo Damasceno

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Desde a sua fundação, em 1988, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) trilhou – a passos largos – rumo ao protagonismo político na esfera nacional e regional (estados, capitais e grandes cidades). Além de eleger presidente da república, governadores, senadores, prefeitos, grandes bancadas de deputados e vereadores.

Um crescimento que tinha como joia da coroa o estado de São Paulo, onde conquistou o Palácio dos Bandeirantes em 1994 e 1998 com Mário Covas Junior. Seguido por Geraldo Alckmin em 2002, 2010 e 2014; João Doria em 2018.  Fator que impulsionava a eleição de grandes bancadas para a Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados Federais e cadeiras no Senado Federal, além de conquistar prefeituras e assentos nas câmaras municipais.

O esfarelamento do império tucano em São Paulo vem se intensificando desde as eleições de 2014. Ano em que, apesar da sigla eleger um senador e o governador, viu sua bancada na Assembleia passar de 22 para oito em 2018 e nove em 2022. E na Câmara Federal de 14 cadeiras em 2014 para três após a apuração dos votos no dia 2 de outubro.

O alerta no ninho paulista deve ter apitado mais forte ao ver o candidato e governador paulista, Rodrigo Garcia, não conseguir chegar ao segundo turno, com apenas 18,40%. Fazendo o partido se preparar para deixar o Palácio dos Bandeirantes após 28 anos.

Diferentes motivos podem ser indicados para a derrocada do PSDB no estado: desejo de mudança do eleitor paulista, valorização dos caciques, falta de renovação dos quadros, desfiliação de Geraldo Alckmin, desejo presidencial de João Dória, distanciamento das bases, disputas internas, entre outros. O debate sobre cada tema é longo, mas algo pode ser indicado como urgente desde já, a sigla precisa se reinventar para não encolher ainda mais nas eleições de 2026.

O PSDB precisa fazer um censo entre os seus filiados para identificar e investir em novos quadros, entender o desejo do eleitor paulista, se comunicar melhor com os novos eleitores e se reconectar com as bases. Um trabalho que não deve ser fácil, pois no meio disso tudo tem as eleições municipais, onde o ninho tucano pode ficar ainda mais vazio, com a migração de vereadores, vice-prefeitos e prefeitos para agremiações mais atrativas para se eleger ou reeleger em 2024.

Mas, ao contrário do que já foi alardeado por lideranças de outros partidos, ainda é cedo para decretar o fim do partido. Contudo, algo já aponta no horizonte – caso o partido não se renove – ocupar o papel de sigla auxiliar aos grandes partidos no estado. Um papel que não deve ser fácil para quem por anos foi protagonista.

  • Marcelo Simões Damasceno é jornalista, analista político e mestre em comunicação

 

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