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Mudanças climáticas: grande parte das cidades brasileiras ignora adaptação
© Fernando Frazão/Agência Brasil
Aproximando-se a COP30 em Belém do Pará, a urgência das discussões climáticas se intensifica. Enquanto 144 nações já submeteram seus planos de adaptação climática à ONU, um desafio considerável persiste no âmbito local, demandando atenção em municípios e regiões diversas.
No cenário brasileiro, um panorama preocupante se revela: mais de 85% das cidades carecem de planos de adaptação às mudanças climáticas. Essa ausência denota uma lacuna na capacidade institucional e na legislação necessária para mitigar os impactos adversos do clima. Notavelmente, a formulação de políticas públicas sobre o tema concentra-se, predominantemente, em cidades mais abastadas, com populações superiores a meio milhão de habitantes.
Um Índice Geral de Adaptação Urbana, baseado em dados do IBGE de 2021, avaliou 25 indicadores cruciais, abrangendo habitação, mobilidade, produção de alimentos, gestão ambiental e de riscos climáticos.
O climatologista Roger Torres, da Universidade Federal de Itajubá, em Minas Gerais, aponta para a ausência de disparidades marcantes entre as cinco regiões do país no que tange à adaptação. Contudo, a capacidade de adaptação entre as capitais demonstra uma variação considerável. Curitiba, Brasília e São Paulo se destacam como as mais capacitadas, enquanto Recife, Boa Vista e Aracaju figuram entre as menos preparadas.
Vale ressaltar que uma pontuação elevada nesse índice não implica, necessariamente, uma adaptação eficaz. Em vez disso, reflete a disponibilidade de dados, equipamentos e legislação para a gestão de riscos ambientais e climáticos. Os pesquisadores enfatizam a necessidade premente de mecanismos confiáveis para avaliar a aplicação efetiva desses recursos, incluindo a verificação do uso de verbas destinadas ao combate dos efeitos das mudanças climáticas e desastres.
A situação se torna ainda menos otimista ao analisar indicadores específicos relacionados às políticas de gestão de riscos climáticos, como a existência de defesa civil própria, leis de uso e ocupação do solo focadas na prevenção de enchentes e deslizamentos, ou planos para identificar riscos geológicos e físicos. Este estudo foi recentemente divulgado na Revista de Pesquisa FAPESP.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br