Marina harkot: justiça decide futuro de motorista condenado por morte de ciclista

 Marina harkot: justiça decide futuro de motorista condenado por morte de ciclista

G1

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A Justiça de São Paulo se prepara para uma decisão crucial no caso da ciclista e socióloga Marina Harkot, atropelada e morta em 2020. Nesta quarta-feira, o Tribunal de Justiça (TJ-SP) avaliará os recursos apresentados tanto pelo Ministério Público (MP) quanto pela defesa do réu, o empresário José Maria da Costa Júnior.

O MP busca a decretação da prisão imediata do condenado e o aumento da pena de 13 para 17 anos de reclusão. Já a defesa de José Maria recorre para anular o julgamento que o condenou e pede a realização de um novo júri. O julgamento dos recursos está marcado para começar às 9h30 na 11ª Câmara Criminal do TJ-SP, instância de segunda jurisdição.

Em janeiro, na primeira instância, José Maria foi considerado culpado pelo júri popular, sendo condenado por homicídio doloso com dolo eventual, embriaguez ao volante e omissão de socorro. Marina Harkot tinha 28 anos. Na época, o réu, que respondia ao processo em liberdade, deixou o Fórum Criminal da Barra Funda sem ser preso, tendo o direito de recorrer da condenação em liberdade.

O promotor do caso, Rodolfo Morais, defende uma pena mais severa. “Dezessete anos para cima seria algo mais justo”, afirmou, argumentando que o Supremo Tribunal Federal (STF) determina a prisão imediata de réus condenados pelo Tribunal do Júri. A mãe de Marina, Maria Claudia Kohler, expressou a esperança de que o caso seja um marco na luta por justiça.

A defesa, por sua vez, busca a anulação do julgamento, alegando a inexistência de provas que atestem a embriaguez do réu. José Miguel da Silva Junior, advogado de José Maria, argumenta que o crime seria, no máximo, um homicídio culposo, sem intenção de matar, o que implicaria penas mais brandas e julgamento por um juiz singular.

Três desembargadores analisarão os recursos, com manifestações orais do procurador de Justiça e do advogado de defesa.

O atropelamento de Marina Harkot ocorreu em novembro de 2020, na Avenida Paulo VI. O júri considerou que José Maria dirigia em alta velocidade após consumir álcool, atingindo a ciclista e fugindo do local. Peritos constataram que o veículo passou a 93 km/h em um trecho com limite de 50 km/h. Testemunhas confirmaram o consumo de álcool por parte do motorista.

José Maria negou ter bebido e alegou que não viu a vítima devido à escuridão, versão contestada por uma policial militar que socorreu Marina. O laudo do IML apontou politraumatismo como causa da morte. O motorista afirmou ter acreditado que o barulho da colisão era uma tentativa de assalto, e só suspeitou do atropelamento ao ver a notícia na televisão. Sua carteira de motorista está suspensa por decisão judicial.

Marina Harkot era uma pesquisadora dedicada ao uso da bicicleta como meio de transporte, defensora dos direitos dos ciclistas e atuante em projetos ligados à mobilidade ativa. Sua morte gerou comoção e protestos, impulsionando a criação do projeto Pedale como Marina, que busca justiça e conscientização sobre a segurança no trânsito.

Fonte: g1.globo.com

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