Especialistas: queda da selic apenas em 2026 é o cenário mais provável

 Especialistas: queda da selic apenas em 2026 é o cenário mais provável

© Marcello Casal JrAgência Brasil

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Analistas de mercado projetam que a taxa básica de juros brasileira, a Selic, só deverá apresentar um corte efetivo em 2026. Apesar de uma trajetória de queda nas expectativas de inflação, a perspectiva é que a Selic não terá uma redução significativa o suficiente ainda este ano para alterar a postura do Banco Central.

O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, aponta uma revisão para baixo na inflação esperada para o ano corrente, fixando-a em 4,7%. Contudo, a projeção para a taxa de juros permanece inalterada em 15% ao ano. Este patamar impacta diretamente diversos aspectos da economia, desde as taxas de empréstimos para pessoas físicas e jurídicas até o custo da dívida pública.

Ricardo Balistiero, economista e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, atribui a diminuição da inflação à desvalorização do dólar e à redução dos preços dos alimentos. Ele ressalta um ponto relevante: o baixo nível de desemprego não está exercendo pressão inflacionária. “O desemprego está muito baixo. Se imaginava, numa situação como essa, uma inflação mais alta, mas não, ela está mais baixa. Isso sugere que talvez a nossa taxa neutra de desemprego tenha mudado no Brasil,” explica Balistiero. Ele projeta que a inflação atingirá o limite da meta, em torno de 4,5%, somente no próximo ano.

Marcelo Curado, professor de economia da Universidade Federal do Paraná, compartilha dessa visão. Segundo ele, os dados ainda apresentam variações muito pequenas, o que justificaria a cautela do Banco Central, resultando em um possível corte de juros somente em 2026. Curado analisa que “há um medo do Banco Central em relação ao cenário externo, que de fato é um cenário muito instável, especialmente por conta da política americana e domesticamente a questão fiscal”.

Werton Oliveira, economista do Conselho Regional de Economia da Paraíba, destaca que o final do ano tradicionalmente impulsiona as vendas no comércio. Ele acredita que a leve desaceleração da economia terá um impacto mais perceptível somente no próximo ano. “É pouco provável que a gente tenha um corte de juros ainda este ano. O que isso pode impactar é justamente nas próximas reuniões do Copom, haja vista que a gente já percebe uma desaceleração um pouco tímida da economia, mas que pode influenciar as próximas reuniões do Copom, principalmente ao longo de 2026,” afirma Oliveira.

Adicionalmente, o Boletim Focus apresentou a expectativa de um crescimento de 2,17% para a economia brasileira e uma taxa de câmbio de R$ 5,45 para o dólar ao final do ano.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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