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Ato lembra os 56 anos da morte de carlos marighella
© Paulo Pinto/Agência Brasil
Militantes de direitos humanos prestaram homenagem ao político, escritor e guerrilheiro Carlos Marighella, em um ato realizado nesta terça-feira, na capital paulista. O grupo se reuniu na Alameda Casa Branca, local onde ficava o imóvel onde ele foi executado há 56 anos por agentes da ditadura, em 1969, um ano após a decretação do AI-5.
Carlos Augusto Marighella, filho único do guerrilheiro, compareceu ao evento e expressou sua admiração por Clara Charf, uma das esposas de seu pai e também militante. Ele destacou a importância da convivência com Clara, que se iniciou quando ele tinha cerca de sete anos de idade, descrevendo-a como um presente devido às “coisas incríveis que ela fazia e dizia”.
“Eu nunca percebi em Clara uma única hesitação diante daquele mundo que ela queria construir, aquela política que achava necessária para construí-lo”, observou Carlos Augusto Marighella. Clara Charf faleceu na segunda-feira, aos 100 anos, de causas naturais.
“É sempre um momento importante, porque meu pai foi assassinado covardemente, aqui nesta rua. Mas o fato é que ninguém se lembra mais dos criminosos que o mataram”, declarou Carlos Augusto sobre a manifestação anual em memória ao legado de seu pai.
“O que a gente sabe é que o Marighella está vivo, mobilizando a juventude, nos encantando a todos. Para fazer uma sociedade melhor, a gente precisa muito mais de Carlos Marighella e gente como ele para inspirar nossa juventude. Eu já fiz muita coisa, abracei essa luta, perdi essa bandeira, fui preso, perseguido, como muitos que estão aqui. Mas agora isso está na mão de gente como vocês, com seu celular, sua caneta, sua inteligência, sua vontade”, acrescentou.
Maurice Politi, do Núcleo de Preservação da Memória Política, descreveu Carlos Marighella como “um dos maiores guerreiros do povo brasileiro”. “Lutou pela libertação deste país, por um país melhor, sem desigualdade, um país socialista. Marighella caiu neste lugar, foi assassinado barbaramente”, pontuou o ex-preso político.
Marighella, considerado o inimigo número um da ditadura, foi deputado federal em 1946, mas teve seu mandato cassado por Eurico Gaspar Dutra, por ser filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Em 1952, integrou a Comissão Executiva do Comitê Central do PCB e, no ano seguinte, foi enviado à China.
Em 1936, aos 24 anos, foi torturado e teve os pés queimados. Permaneceu um ano preso, até ser anistiado. Sua primeira detenção ocorreu quatro anos antes, quando criticou Juracy Magalhães.
Em 1964, foi localizado por policiais em um cinema no Rio de Janeiro e baleado à queima-roupa. Em julho de 1968, anunciou a Ação Libertadora Nacional (ALN). Em 1969, foi assassinado por policiais do DOPS/SP, em uma emboscada.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br