Governo libera r$ 3,3 bilhões adicionais para reconstrução no rio grande do sul
Gêmeas siamesas recebem alta após segunda cirurgia em ribeirão preto
G1
O pai das gêmeas Heloísa e Helena, nascidas unidas pela cabeça, expressou um misto de esperança e apreensão quanto ao futuro das filhas. Após a segunda cirurgia de separação dos crânios, realizada no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, as meninas receberam alta hospitalar. Amarildo Batista da Silva, pai das gêmeas, afirmou que vive “um dia após o outro” em relação ao desenvolvimento das filhas, mantendo a esperança de que elas tenham um futuro promissor.
O segundo procedimento cirúrgico, que ocorreu no dia 8 de novembro, foi realizado 19 dias após a primeira intervenção, datada de 23 de agosto. A expectativa é que a próxima etapa do tratamento ocorra no final de fevereiro de 2026.
“Finalmente estamos indo pra casa. Meu coração está tranquilo, graças a Deus ocorreu tudo bem. Estou feliz e satisfeito com a equipe, um trabalho maravilhoso dele”, declarou Amarildo, após a alta hospitalar.
O pai das gêmeas acompanha de perto todos os procedimentos e admitiu ter ficado nervoso durante a segunda cirurgia, embora em menor intensidade do que na primeira. “Tenho muita esperança e muita fé que já está dando tudo certo. Só tenho a agradecer”, disse ele.
De acordo com o Hospital das Clínicas, o processo cirúrgico completo para a separação total das irmãs deve durar cerca de um ano e envolverá mais três procedimentos. A segunda cirurgia, focada na separação dos cérebros, durou dez horas.
O médico Jayme Farina Junior, responsável pela equipe multiprofissional, explicou que nesta etapa foi possível completar as incisões cutâneas, unindo-as aos cortes iniciais feitos em agosto. As gêmeas, que têm um ano e dez meses, são originárias de São José dos Campos. O procedimento, planejado desde 2024, é composto por cinco fases, com intervalos de meses entre cada uma.
As quatro primeiras etapas se concentram na separação delicada dos tecidos, vasos sanguíneos e estruturas que unem os crânios e os cérebros, utilizando modelos tridimensionais e realidade aumentada. Segundo Farina Junior, a separação precisa ser cuidadosa para evitar sangramentos excessivos, permitindo que o cérebro se adapte gradualmente.
Durante a quarta etapa, são inseridos enxertos ósseos e expansores de pele, preparando o terreno para a etapa final, que consiste na cirurgia plástica para o fechamento dos tecidos que revestem as cabeças.
A terceira e a quarta etapas estão previstas para o final de fevereiro e março, respectivamente. A separação total das gêmeas está programada para meados de 2026. O médico Marcelo Volpon ressaltou que o formato específico dos crânios das gêmeas tem facilitado o mapeamento das áreas cirúrgicas.
O Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto se tornou um centro de referência nacional em cirurgias de separação de gêmeos siameses. Este é o terceiro caso conduzido pela instituição. O primeiro procedimento foi realizado em 2018, com as irmãs Maria Ysabelle e Maria Ysadora, do Ceará. O segundo caso envolveu as gêmeas Alana e Mariah, de Piquerobi, cuja separação definitiva ocorreu em agosto de 2023, após uma cirurgia de 25 horas.
Fonte: g1.globo.com