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Lula homenageado com título de doutor honoris causa em moçambique
© Ricardo Stuckert / PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi agraciado com o título de doutor honoris causa em ciência política, desenvolvimento e cooperação internacional pela Universidade Pedagógica de Maputo, em cerimônia realizada nesta segunda-feira (24). A honraria coincide com a visita de Lula à capital moçambicana, que marca os 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Moçambique.
A homenagem reconhece a trajetória do presidente Lula, bem como a contribuição do Brasil para o avanço da educação e da ciência em Moçambique. O reitor da universidade, Jorge Ferrão, destacou que mais de 30% dos quadros de alto escalão científico da academia moçambicana, incluindo mestres e doutores, foram formados em instituições de ensino superior brasileiras, fruto de cooperações estabelecidas durante os governos de Lula.
“O impacto intangível dos quadros moçambicanos formados no Brasil, maioritariamente em seus mandatos presidenciais, enraíza o futuro científico e tecnológico do nosso país, contribuindo para delinear o caráter singular de Moçambique no mundo”, afirmou Ferrão. O reitor também ressaltou que a outorga do título foi feita em nome de outras instituições moçambicanas, expressando profunda gratidão.
Ferrão mencionou o Projeto Sonho, lançado por Lula em 2012 durante uma visita a Moçambique, uma iniciativa de educação à distância para professores do ensino primário e secundário, que envolveu diversas escolas e universidades moçambicanas e brasileiras. Segundo o reitor, mais de 200 professores se beneficiaram desse projeto.
A cooperação acadêmica entre os dois países é uma via de mão dupla. Em 2024, a Universidade Pedagógica de Maputo recebeu cerca de 600 jovens de comunidades indígenas brasileiras. Além disso, em parceria com a Universidade Federal do Maranhão, a instituição moçambicana se comprometeu a participar na formulação e no ensino da história e cultura afro-brasileiras no currículo brasileiro.
O reitor também enfatizou o compromisso de Lula com a justiça social, ressaltando seu papel no ideal de reparação histórica e na restituição à África do lugar que lhe foi negado durante séculos de escravização. “A sua luta para que os mais de 700 milhões de pessoas que ainda passam fome em todo o mundo conquistem a dignidade alimentar será algo que vai mudar a consciência do mundo”, acrescentou Ferrão.
Ao receber a homenagem, o presidente Lula citou políticas educacionais e de combate às desigualdades implementadas no Brasil e reafirmou que os recursos investidos em educação não são gastos, mas sim “o melhor investimento” que um governo pode fazer. “Eu sei quantos abusos a gente sofre por não ter tido a oportunidade [de estudar]. É por isso que a educação, para mim, é uma obrigação”, declarou Lula, sendo aplaudido pelo público.
Lula enfatizou que o Brasil tem uma dívida com o continente africano, que ajudou a “forjar a alma” do país durante 300 anos de escravidão. Ele também destacou que o programa de cooperação de graduação para estudantes estrangeiros já existe há 60 anos no Brasil.
“A cooperação internacional só é justa quando é feita com base na solidariedade e no respeito à dignidade e à soberania de cada país. É nesse modelo que o Brasil acredita”, afirmou Lula. Segundo ele, não há democracia verdadeira onde o povo não tem acesso ao conhecimento, nem desenvolvimento quando as riquezas se concentram em poucas mãos. “Educar é fazer da igualdade de oportunidades uma realidade concreta e não uma promessa distante. Quando investimos na educação, formamos cidadãos conscientes, trabalhadores qualificados e lideranças éticas”, concluiu.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br