Velha e nova política: um debate é necessário, porém precisamos de mais dados

 Velha e nova política: um debate é necessário, porém precisamos de mais dados
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“Ser ou não ser, eis a questão?”

A frase de William Shakespeare, atribuída a peça A tragédia de Hamlet, reflete o debate sobre a velha e a nova política, que constantemente está no radar dos cientistas políticos. Nas últimas semanas, dois deles, Humberto Dantas e Ana Paula Massonetto apresentaram seus pontos de vista sobre o tema no Blog “Legis Ativo”, site do jornal O Estado de São Paulo.

Mas, separei uma pequena fração dos textos deles, porque estão longe de valorizar cada ideia apresentada (por isso recomendo a leitura das analises). Para Dantas, “utilizar ferramentas, por vezes questionáveis, de gestão do terceiro setor ou de empresas para tocar gabinetes parlamentares pouco muda a situação dos parlamentos a ponto de falarmos sobre uma nova política.”

Já Massonetto, defende que os eleitos, pelos movimentos, romperam o monopólio dos partidos políticos e asseguram seus próprios lugares de poder e de fala. “Por isso, é tão importante desmistificar a Nova Política, tanto a dos extremos, danosa ao propagar o ódio e a aversão às instituições, quanto a da ‘boa política’ ou das ‘boas práticas’, que tenta encontrar brechas no sistema para aprimorá-lo.”

Os argumentos apresentados por eles são bem contextualizados. Ambos analisam um cenário que contemplou os eleitos, nas eleições gerais de 2018, pela alcunha da “Nova Política” e oriundos dos movimentos de renovação como RenovaBR, Livres, MBL, Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps) e Acredito. Por isso, então vejamos como uma importante peça de um quebra-cabeça, enigmático, e que intriga líderes partidários em pequenas cidades que terão eleições municipais em outubro deste ano.

Sendo assim, acredito que vale, a partir do texto dos dois, acompanhar os candidatos da renovação, antes, durante e após as eleições municipais para colocar mais uma peça nesta incógnita. Pois além do “Ser ou não ser, eis a questão?”, só posso cantarola “O que será que será…”, trecho de música de Chico Buarque, enquanto aguardo mais dados para ver se a nova política é uma moda ou a mudança que precisamos.

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