Seres sociais : Porque temos a necessidade de nos relacionar?
O ser humano é social, precisa estar em contato com o outro para se tornar individuo, mas isso não significa que gostamos de companhia ou que nos sentimos bem com o outro. A profundidade dessa afirmação reside no fato de que não existe humanidade sem interação social.
Sabemos que essa questão é ambígua, pois ao mesmo tempo, que não se quer ficar sozinho, a convivência tem se tornado um desafio sendo ainda mais difícil nos tempos atuais.
Inúmeras pesquisas mostram os males produzidos pelas situações de clausura, seja em adultos ou crianças o isolamento traz melancolia, atrapalha o desenvolvimento e a recuperação de doenças físicas e psicológicas.
O contato com o outro tem um papel fundamental no desenvolvimento cerebral e o isolamento pode desencadear em problemas mentais, assim como a diminuição da capacidade de aprendizagem, além do aumento da ansiedade, da raiva e da depressão, ocasionando uma espécie de desintegração da personalidade.
Há quem viva sozinho, sendo socialmente ativo, com muitos amigos e se sinta triste e decepcionado com a qualidade desses relacionamentos e há quem viva igualmente sozinho, mas com ligações consistentes e saudáveis que agregam no seu cotidiano.
Dessa forma se evidencia que não é o número de relações sociais que determina se nos sentimos sozinhos. Pelo contrário são as reações emocionais e cognitivas que experimentamos quando nos conectados aos outros que determinam o sentimento de solidão. Por exemplo, podemos sentir sinais de solidão quando nos damos conta da presença de desconfiança, conflito emocional e falta de apoio social no cotidiano dos nossos relacionamentos.
Nós, enquanto indivíduos, por necessidade, evoluímos como seres sociais. Sendo assim a dependência sadia e a cooperação aumentam a nossa capacidade de sobreviver em circunstâncias adversas. Estar só pode trazer tristeza e desesperança e ao mesmo tempo desenvolver inteligência emocional e crescimento criativo, dependendo da forma em que é vivenciado.
Uma das preocupações predominantes do relacionamento humano na atualidade com toda a tecnologia disponível é de como nos transformamos em seres superficiais e menos cuidadosos com o outro. Fundamentalmente não importa o quão tecnologicamente, sofisticados, nos tornemos, a conexão emocional continua a ser uma parte essencial do nosso cotidiano.
Precisamos uns dos outros, talvez não da forma que nos caracterizou evolutivamente, mas pela necessidade que permanece essencial para a sobrevivência psicológica, exercitando sempre a nossa capacidade de compreender ideias e emoções.
Um relacionamento interpessoal só é saudável e bem sucedido quando aprendemos a gerir a ausência e a presença de forma equilibrada.