Pesquisa do IBGE aponta que homens continuam recebendo melhores salários que mulheres

 Pesquisa do IBGE aponta que homens continuam recebendo melhores salários que mulheres
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Por Elsa Oliveira

 

Uma pesquisa feita pelo IBGE, divulgada agora, em dezembro, aponta que no ano de 2020, os homens receberam 28,1% a mais que os salários das mulheres. O rendimento médio deles ficou em torno de R$ 2.608, enquanto o nosso, ficou em R$ 2.037, apesar de mais mulheres terem diplomas de curso superior. Na faixa etária entre 25 e 34 anos, 25,1% das mulheres concluíram o nível superior e entre os homens o percentual é de 18,3%, uma diferença de 6,8 pontos percentuais.

Mais escolarizadas, as mulheres têm menos inserção no mercado de trabalho. Apenas 54,6% das mulheres de 25 a 49 anos, com filhos menores de três anos, estavam empregadas em 2019, enquanto os homens na mesma condição eram 89,2%. Quando não havia crianças nos lares, o nível de ocupação das mulheres aumentava para 67,4% e o dos homens, 83,4%. Entre as mulheres pretas e pardas com crianças de até três anos de idade o nível de ocupação era de apenas 49,7%.

 

Para tentar sanar essa discrepância, o Senado aprovou, em março, após 10 anos parado, Projeto de Lei que prevê multa para empresas que pagarem salários diferentes para homens e mulheres que exerçam a mesma função, combatendo a desigualdade salarial entre homens e mulheres. Mas os senadores alteraram a proposta, abrandando a punição às empresas, entre outras modificações, e o PL voltou para a Câmara dos Deputados para nova avaliação, especialmente após as falas do presidente da República, que considera que seria “quase impossível” mulher conseguir emprego se ganhasse o mesmo que o homem.

 

A proposta aprovada pelo Senado é de que as empresas que praticam salários menores para as mulheres em funções iguais às exercidas pelos homens sejam multadas em até R$ 805,07. Mas esse valor será destinado ao governo e não às trabalhadoras, conforme previa o texto original. Se fosse o texto original tivesse sido aprovado, as mulheres que se sentissem discriminadas no trabalho por salários menores do que o dos homens que exercem a mesma função, poderiam entrar na justiça contra a empresa e receber uma indenização de até cinco vezes a diferença do valor. Com a alteração do Senado, a multa é menor e o dinheiro vai para o governo.

 

De qualquer maneira, o que poderia ser uma importante ferramenta de combate à desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho, o PL está novamente parado na Câmara, tendo chegado à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania em 4 de maio. Não há tramitação do PL desde o dia 6 do mesmo mês. Até quando?

 

Fonte: https://www.camara.leg.br/propostas-legislativas/459323

 

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