O cancelamento é um tema que devemos refletir em toda a sociedade?
Nos últimos dias, o inconsciente coletivo foi inundado pelo conceito de desconstrução, devido á repercussão dos acontecimentos no BBB 21. E os que queriam apenas entretenimento, estão sendo quase que obrigados a refletir sobre temas constrangedores e extremamente tóxicos.
Quem acompanha o programa (ou não), está vendo comportamentos surpreendentes de participantes que chegaram na casa exaltados pela internet, regados de autoridade e ego nas alturas. São muitos os gatilhos de bullying, abuso psicológico, xenofobia, intimidação e cancelamento.
Fala-se muito em desconstrução por lá, mas o que se vê é uma literal destruição ao emocional alheio. É importante compreender o outro e apreender com erros e medos, o que não acontece de imediato. Se descontruir leva tempo, estudo e escuta e partindo desse principio, um novo comportamento passa a ser contemplado no horizonte.
Mas, o que se vê são participantes vaidosos, com uma oratória incisiva e invasiva, impondo ações e vontades ao outro como se fossem “Semideuses”.
A “Desconstrução” não é uma chave que se vira e de repente adentra uma área evoluída no nosso cérebro, onde só teremos comportamentos corretos e atitudes puras. Nós somos seres humanos e errar faz parte da nossa natureza. O que a gente faz com isso é a questão!
Estamos abertos a permitir que as pessoas entendam seus erros e mudem seus comportamentos? Conseguimos entender que a mudança de comportamento não é um processo instantâneo? Será que a única forma de uma pessoa pagar pelos seus erros é sendo punida com dor e sofrimento?
É importante refletir sobre quem somos, quanto a grupo e quem somos quanto á indivíduo, porque sabemos que é comum o comportamento de uma pessoa implicar para o bem e para mal dentro de uma equipe. Então, também não existir individualidade e caráter no coletivo.
O comportamento de alguns participantes do reality vem decepcionando o público, causando um grande mal estar. Ao assistir sentimos angustia e desconforto e é justamente por isso que esse debate é tão importante quanto urgente, pois quando sem amparo psicológico e afetivo o alvo é tragado por um tsunami de pensamentos e ações negativas que só o deterioram; a questão passa dos limites do entretenimento.
As cobranças e as reprovações feitas ali, elevadas até a enésima potência, não tem sido nem um pouco saudáveis e nos causa estranheza, pois são provenientes de indivíduos já muito criticados por suas performances e ações num passado recente. Além disso, tendem a pregar uma coisa e fazer outra em segundos. Atitudes lamentáveis para seres esclarecidos e influentes.
De nossa parte, espectadores que não apostam em cenas como as vistas recentemente e creem num amadurecimento em processo, uma certeza: mais empatia por favor!