Famílias da Ocupação Esperança em Osasco estão em alta vulnerabilidade social

 Famílias da Ocupação Esperança em Osasco estão em alta vulnerabilidade social
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Falta olhar humano, incentivo do poder público e até mesmo ajuda de recursos para  aqueles que necessitam

Essa semana, saiu em um grande veículo de comunicação do país uma reportagem que choca a todos. Em pelo século XXI, a cidade de Osasco, que segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que o PIB (Produto Interno Bruto) de Osasco deixa o município na lista da 6ª cidade mais rica de todo o Brasil e a 2ª do Estado de São Paulo.

Segundo a reportagem do Jornal El País , a cidade de Osasco fica aproximadamente quarenta minutos em carro do centro de São Paulo, onde falta olhar para Ocupação Esperança, onde a água é um bem escasso. “Estamos há mais de um mês sem água em casa, passo os dias carregando baldes”, conta ela, que, como a maioria dos mais de mil moradores da ocupação, depende quase exclusivamente de benefícios governamentais para sobreviver.

Então, hoje é triste olhar a rotina de viver sem água em casa e contar com doações para ter o que comer. Quase todas as famílias viviam de empregos informais até que veio a pandemia e com ela, a dependência dos benefícios do Governo Federal e nenhum incentivo municipal.

Não tem trabalho, não tem vacina! Nosso destino é passar fome e morrer dentro de casa, segundo moradora.

O dia começa com muitas mulheres carregando baldes de água para limpar, cozinhar e dar banho nos filhos. Até o anoitecer, elas farão esse trajeto inúmeras vezes, cada vez mais necessária, uma vez que o governo e o município  não reconhece a comunidade e suas necessidades.

“Sem água, item básico de sobrevivência, as famílias ainda enfrentam o desemprego e a fome. Sem o auxílio emergencial antes fornecido, muitas famílias lamentam a falta de tudo na alimentação familiar: “Falta até arroz e feijão. A gente vai se virando, pede aos vizinhos… E tem dias que, em vez de fazer arroz com feijão, fazemos só um macarrão e farofa”, acrescenta uma moradora do conjunto Esperança.

No dia 18 de março, o presidente Jair Bolsonaro assinou a medida provisória com as regras para a nova rodada desse benefício, que constará de quatro parcelas, pagas a partir de abril a 45,6 milhões de pessoas 22,6 milhões a menos do que as contempladas em 2020. Mas, essas famílias só receberão, no entanto, entre 150 e 375 reais, a depender da composição familiar.

O que fará uma família nesta e em inúmeras comunidades em Osasco, com 150 reais para sobreviver por um mês?

A líder comunitária da Ocupação Esperança Maura Lopes, relata em frente a alguns barracos, eles são mais de 116,8 milhões de brasileiros que conviveram com algum grau de insegurança alimentar nos últimos três meses de 2020, uma situação que se repete em 55% dos domicílios do país. Porque, segundo o informe do PENSSAN – Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, aponta que hoje 9% dos brasileiros vivenciaram, no ano passado, insegurança alimentar grave. Então, quer dizer, 19 milhões de brasileiros passaram fome, um retrocesso aos níveis de 2004, quase um ano após o lançamento do programa Fome Zero.

Brasil se reduz a pobreza em pela pandemia

Mas, sabemos que a rodada do auxílio emergencial de 2021 começou agora em Abril, com valores menores e também com menos beneficiados.  A Ocupação Esperança, terreno sobre o morro de 48.000 metros quadrados que foi ocupado por 500 famílias em 2013, mas que ainda não aparece sequer nos mapas dos mais avançados satélites, vive em com lote de terra, onde até três ou quatro famílias dividem barracos de madeira e tapume.

Sem reconhecimento da Prefeitura de Osasco, em algumas casas ainda chega, de forma lenta e espaçada a água da Sabesp, mas a maior parte da comunidade depende da caixa d’água de 20.000 litros (que nunca fica cheia por completo) comprada com o dinheiro de todos, para se abastecer. É para lá que peregrinam, dia e noite, mulheres e crianças com seus baldes sedentos.  Então, a  moradora Naná, se manifesta aos governantes. “Só não tem dinheiro para o povo pobre, trabalhador. Então, enquanto eles querem pagar 150 reais de auxílio, estão aí comprando mansões de seis milhões de reais ”, diz em referência ao imóvel adquirido pelo senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, investigado por lavagem de dinheiro. Fonte: Jornal El País https://brasil.elpais.com/brasil/2021-04-11/nao-tem-trabalho-nao-tem-vacina.html

 

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