Fake news sobre Covid-19: na dúvida, não compartilhe

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Antes de compartilhar algo pesquise, leia, informe-se e apure. Certamente em algum momento, antes ou durante a pandemia de Covid-19, você já ouviu ou leu esta frase, mas nem por isso o compartilhamento de fake news diminuiu nas redes sociais diante da maior crise sanitária mundial da nossa época.

A checagem é um ato simples, mas de grande importância. Por meio dela é possível evitar que mais pessoas recebam informações falsas sobre prevenção, vacinas, medidas sanitárias e ações governamentais de combate à Covid-19.

Desde 2020, pesquisas indica que as fake news compartilhadas nas redes sociais podem ter contribuído com consequências desastrosas nas ações preventivas, além de gerar medo, pânico social, ceticismo científico e até mesmo por em risco a vida das pessoas. Uma vez que uma informação falsa tem 70% mais chances de viralizar nas redes sociais, enquanto uma postagem verdadeira alcança, em média mil pessoas, as falsas atingem de mil a 100 mil, como destacam pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology.

O estudo inglês não fica distante da nossa realidade, pois o brasileiro vê as redes socais como um meio de informação. Segundo pesquisa do DataSenado realizada em 2020, os entrevistados apontam o WhatsApp como o principal meio para se informar, com 64%; seguido pela televisão com 58%; sites de notícias 39%; Facebook 35% e Youtube 32%.

Se olharmos mais dois estudos realizados em 2020, podemos ter uma visão da percepção do brasileiro sobre as fake news e como elas circulam nas redes. Segundo dados da Avaaz, mais de 100 milhões de pessoas no Brasil acreditam em pelo menos uma notícia falsa sobre a pandemia nas redes sociais, isso representa sete em cada dez entrevistados.

O estudo da Avaaz também indica que as redes sociais são as maiores responsáveis pela propagação de fake news, uma vez que os entrevistados citaram o WhatsApp e o Facebook como fonte de informação. Algo também apontado no estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que entre março e abril de 2020 mapeou as redes sociais para identificar por onde ocorreu a maior incidência de fake news sobre a Covid-19. Segundo o estudo, o WhatsApp liderou com 73,7%, seguido pelo com Facebook 15,8% e Instagram com 10,5%.

Os números mostram como o compartilhamento de fake news nas redes sociais desinformam   tão rápido quanto a capacidade do novo coronavírus de infectar pessoas pelo ar. Reforçando o que a Organização Mundial da Saúde (OMS) chama de infodemia, uma pandemia informacional que se prolifera nas redes.

Neste cenário de pandemia de Covid-19 e infodemia nas redes sociais, vale reforçar a máxima: pesquise, leia, informe-se e apure, antes de compartilhar algo. Caso a dúvida persista sobre algo que viu ou recebeu pelas redes, consulte um dos sites de checagem de fake news: Agência Lupa, Fato ou Fake. Boatos, Comprova, Agência Pública, Aos Fatos, Fake Check, E-Farsas, entre outros disponíveis na internet, além dos sites dos órgãos públicos, como o Ministério da Saúde ou Fiocruz.

Uma consulta necessária, pois a checagem, antes de compartilhar, ainda é o melhor remédio em pandemia mundial para combater as fakes news.

Marcelo Damasceno – Jornalista, especialista em ciência política contemporânea, mestrando Comunicação Social na UMESP e integrante do Grupo de Pesquisa HumanizaCom.

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