Agenda Cultural: Farol Santander apresenta a exposição – “Identidades – 22&22&22”

 Agenda Cultural: Farol Santander apresenta a exposição – “Identidades – 22&22&22”
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Um dos cartões postais da cidade uniu, numa só exposição, o bicentenário da Independência do Brasil e o centenário da Semana de Arte Moderna. O espaço realiza a exposição Identidades 22&22&22, em homenagem aos 100 anos da Semana de Arte Moderna, aos 200 anos de Independência do Brasil e à Arte Contemporânea.

 

Para os apaixonados pela arte a exposição é o convite pra a interação entre as artes atuais com a história e uma reflexão sobre a nossa identidade a partir da arte e de sua interface com outros campos de conhecimento.

Com o desafio de abordar os contextos social, cultural, econômico e político, nos períodos e ambientes em que viveram e vivem os autores, procurando revelar fatos e mitos da historiografia brasileira em três séculos de transformação, da tradição à modernidade.

 

Mais de 140 obras do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo e da Coleção Santander Brasil serão exibidas. O mural Tiradentes (1948-1949), considerado uma das principais obras de Cândido Portinari, pela primeira vez sai do Memorial da América Latina e será exposto no hall do Farol Santander.

 

Obras emblemáticas de Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi, Djanira da Motta e Silva, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Claudia Jaguaribe, Tuca Reinés e tantos outros artistas fundamentais para a arte nacional serão exibidas. A mostra ainda conta com tecnologia e ambientação sonora com músicas e poemas das épocas retratadas para imersão do público nessa história secular.

 

Em 1822 o Brasil alcançou sua independência e passou a ser Império, ato que influenciou a criação de novos símbolos culturais no país. Um século depois, um grupo de jovens artistas e intelectuais promoviam em São Paulo a Semana de Arte Moderna, movimento que abriu caminho para um novo momento na arte brasileira e que marcou o início do modernismo nacional.

 

A mostra será apresentada em três andares e no hall de entrada do icônico centro de cultura, lazer, empreendedorismo e gastronomia. Com obras emblemáticas do Acervo Artístico-cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo e da Coleção Santander Brasil, mais de 140 trabalhos serão exibidos em um total de 867m² de área expositiva.

Sob curadoria de Ana Cristina Carvalho (Mestra e Doutora em Artes Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), com Pós-graduação em Gestão e Turismo Cultural pela Universidade de Barcelona e Especialização em História da Arte Decorativa e Catalogação de Obras de Arte pela Christie´s Education, New York) e Carlos Augusto Faggin (Mestre, Doutor e Professor Livre Docente pela FAU/USP é Professor de História da Arquitetura e da História do Design nessa mesma Faculdade desde 1983) e concepção de projeto visual e arquitetônico de Fernando Brandão (formando em Arquitetura e Urbanismo pela FAU / Universidade de Santos em 1983. Atua nas áreas comercial, corporativa, promocional desde então recebendo os prêmios IAB, AsBEA, Abedesign, IF, IDEA, Red Dot, IAI AsiaPacific e inúmeros outros em sua carreira), a mostra apresenta um recorte sobre três séculos de produções artísticas no Brasil, com trabalhos de artistas fundamentais para a criação e desenvolvimento da identidade cultural do País.

 

O objetivo da obra é homenagear todos os participantes dos importantes movimentos que transformaram a história do Brasil, reafirmando seu compromisso com o resgate da memória, o despertar da criatividade e o fomento da cultura. Entre os grandes destaques, está o imponente mural Tiradentes (1948-1949), considerado uma das principais obras de Cândido Portinari, que será pela primeira vez exibido fora do Memorial da América Latina. A obra de grandes dimensões (309×1767 cm) será instalada no hall do Farol Santander SP.

 

Tarsila do Amaral, uma das maiores artistas brasileiras, terá sete obras exibidas, entre elas, Autorretrato I (1924); e A Samaritana (1911). Outras figuras fundamentais como Anita Malfatti e Alfredo Volpi também terão diversos trabalhos expostos na mostra.

 

A exposição apresenta um grande desafio, que é abordar os contextos social, cultural, econômico e político, nos períodos e ambientes em que viveram e vivem os autores, procurando revelar fatos e mitos da historiografia brasileira em três séculos de transformação, da tradição à modernidade. A proposta de interpretação da arte selecionada é ver a pintura, o desenho, a gravura e a escultura, como algo que revela abertamente não só processo de trabalho do artista, mas também as bases sobre as quais a história de duas celebrações fundamentais para a construção das identidades no Brasil se apoiam, outra instalação em evidência é o Fragmento de Forro de Igreja (século XIX). Originalmente parte do teto de uma capela, o fragmento foi adquirido pelo Governo do Estado para o Palácio dos Bandeirantes, em 1968.

 

A arte ajuda a compreender o olhar da sociedade sobre a situação cotidiana do momento, toda produção artística absorve o contexto social e político em que está inserida. Se há dois séculos o Brasil dava seus primeiros passos como nação independente, esta nova conjuntura trouxe repercussões também para o mundo da arte brasileira.

 

100 anos mais tarde, um evento marcava a história da cidade de São Paulo e da cultura nacional: a Semana de Arte Moderna, também conhecida como Semana de 22, celebrada no Theatro Municipal. O movimento está inserido em um contexto político e social conturbado, em um período de crise da República Velha e decadência da política do café com leite, onde São Paulo e Minas Gerais se alternavam no poder.

 

A mostra Identidades – 22&22&22 é dividida por temas e períodos em três andares, além do hall de Entrada do edifício. A disposição das obras não está colocada em ordem cronológica, mas sim, de maneira que se encaixe dentro da temática representada por cada século. Por exemplo, um busto de D. Pedro I, de autor desconhecido, produzido nos anos 1970, será exibido no andar que remete ao século XIX.

 

Como já destacado anteriormente, o mural Tiradentes (1948-1949), de Portinari, abre alas para a exposição ao ser a única obra exibida logo na entrada do Farol Santander São Paulo. O mural foi originalmente encomendado pelo escritor e industrial Francisco Inácio Peixoto, durante seu processo para colocar a cidade de Cataguazes (MG) dentro dos ideais modernistas da época. De tão magnifica, a obra que retrata a luta de Tiradentes, foi exposta no MAM do Rio de Janeiro, antes de seguir para Cataguazes, em 1949.

 

Já na década de 1970, o Palácio do Governo do Estado de SP adquiriu o painel e, anos depois, com a criação do Memorial da América Latina, a obra foi cedida ao espaço para ocupar o Salão de Atos, que carrega o nome do inconfidente mineiro.

 

No 24º andar, correspondente ao Século XIX e a Independência do Brasil, o publico encontrará representações tecnológicas e interativas de figuras históricas e personagens importantes para o período.

Entre os destaques artísticos, estão as litogravuras de Johann Moritz Rugendas e Jean-Baptiste Debret. Artistas europeus de escola neoclássica, que chegam ao Brasil e se inspiram nas paisagens, costumes e personagens locais da ainda então Colônia de Portugal.

 

Destaca-se ainda uma coleção de peças, louças, lustres e mobiliários da época, principalmente em materiais como porcelana, madeira e cristal, que estarão expostos ao público. O Fragmento de Forro da Igreja (século XIX), um dos pontos altos da mostra, também será instalado neste andar.

 

Pinturas e esculturas de artistas de outras épocas, mas que remetem ao estilo, personagens e objetos do Séc. XIX, também ganham espaço neste andar. Entre elas: Henrique Dias (s/d), de Raphael Galvez; Santa Cecília (1957), de Djanira da Motta e Silva; Santa Irapitinga do Segredo (1941), de Tarsila do Amaral; Mãe Preta (1950), de Agnaldo dos Santos; Fragmento com Três Anjos (Séc XVIII), de Mestre Valentim; As Perobeiras (1906), de Benedito Calixto; Palacete Elias Chaves (1910), de Nicola De Orsi.

 

Logo abaixo, no 23º andar, um ambiente dedicado a Semana de Arte Moderna de 1922 e à produção artística do Século XX. Ressaltam-se neste espaço pinturas e esculturas como: Retrato de Mário de Andrade (1922) e Autorretrato I (1924), de Tarsila do Amaral; Busto de Mulher (1910) e A Ventania (1915), de Anita Malfatti; Retrato de Adalgisa Nery (1930), de Ismael Nery; Bailarina (1925), de Victor Brecheret; Três Homens (1936), de Clóvis Graciano; Paisagem (1920), de Alfredo Volpi; Mulata na Cadeira (1970), de Di Cavalcanti.

 

Completam a seleção ainda, trabalhos de figuras como: Flávio de Carvalho; Nicola Petti; Cândido Portinari; Galileo Ememdabili; Émile Gallé; Regina Gomide Graz; HIlde Weber; Mario Zanini; Paulo Rossi Osir; Cícero Dias; Márcio Scavone e Vicente do Rego Monteiro; Aldo Bonadei; Francisco Rebolo; Hisamatsu Mitake; Madeleine Colaço; José Claudio; Genaro de Carvalho; Roberto Burle Marx; Claudio Tozzi; Hércules Barsotti; Antônio Henrique Amaral; Kennedy Bahia; Carybé.

 

O 22º piso do Farol Santander SP será dedicado à produção artística contemporânea do século XX até os dias atuais. A ala chamada “Um Passeio na Avenida Paulista” destaca as obras da Coleção Santander Brasil. Ali, em um trajeto que simula uma caminhada pela avenida mais icônica da Capital, os visitantes encontrarão telas, esculturas e fotografias emblemáticas de grandes artistas como: A Noite da Antropofagia (1995), de José Roberto Aguilar; Série Paisagens Construídas (2011), de Laura Gorski, Cena (2009), de Tuca Reinés; Lackkabinett (2010), de Flávia Metzler; Parque de Diversões (1969), de Agostinho Batista de Freitas; Circo (2008), de Luiz Braga; Sambistas (2000), de Cláudia Jaguaribe; Howling for you (2012), de Renata de Bonis.

 

 

 

O ambiente ainda conta com obras de Élle de Bernardini; Walter Firmo; Ranchinho; Mário Gruber; Emanoel Araújo; Vânia Toledo; Agenor; Siron Franco; Manezinho Araújo; Fernanda Rappa; Araquém Alcântara; Valdevino Alves Conceição; Cristiano Mascaro; Valdir Cruz. Essa seleção exalta a diversidade de expressões étnicas, de gênero, raciais, de religião, e especialmente as questões das técnicas artísticas e conceituais dos artistas contemporâneos.

 

 

Desde sua inauguração, em janeiro de 2018, o Farol Santander já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e apresentou 26 exposições nos eixos temático e imersivo. As atrações do Farol Santander ocupam 18 pisos dos 35 do edifício de 161 metros de altura que, por um longo período, foi a maior estrutura de concreto armado da América do Sul. As visitas começam pelo hall do térreo, que conta com a Loja da Cidade e o famoso lustre de mais de 1,5 toneladas, seguindo até o Mirante do 26º que, após a revitalização, ganhou um Café especial, com uma das vistas mais famosas de São Paulo.

 

Do 2º ao 5º andar os visitantes podem conhecer a história do prédio e da própria cidade, no Espaço Memória, que tem mobiliários originais feitos pelo Liceu de Artes e Ofícios nas salas de reuniões, diretoria e presidência, ambientadas sonoramente para simular o funcionamento a época como Banco do Estado de São Paulo.

 

No subsolo do edifício, está instalado o Bar do Cofre SubAstor, onde funcionava o cofre do Banco do Estado de São Paulo desde 1947 (tombado pelo Patrimônio Histórico). O bar é ambientado com as características da época e pitadas contemporâneas em design e mobiliários, com cartas de drinks especiais, além de comidinhas.

 

Já no 28º andar, foi inaugurado em outubro de 2021 o Boteco do 28 por Bar da Cidade, com um menu em referência à culinária da antiga Paulistânia, nascida da união entre ingredientes e costumes indígenas e portugueses, aliados às necessidades de deslocamento pelo grande território que correspondia à Capitania de São Paulo (1720).

 

Identidades – 22&22&22 – Farol Santander São Paulo

Onde: Rua João Brícola, 24 – Centro

Quando: Até 22 de Maio

Site Farol Santander: farolsantander.com.br

Funcionamento: Terça-feira a Domingo

Horários: 09 às 20 HS

Ingressos: R$ 30,00

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