Agenda Cultural: Dia do Cinema Brasileiro

 Agenda Cultural: Dia do Cinema Brasileiro
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Data comemorada em 19 de Junho, evidência a evolução e crescimento do cinema nacional.

Ninguém discute que um dos melhores programas para relaxar e se entreter é assistir a um bom filme, seja no aconchego do lar ou numa sala de cinema. E nesse contexto o cinema nacional vem conquistando cada vez mais espaço ao longo dos anos.

O Dia do cinema brasileiro comemorado em 19 de Junho recorda a data em que a primeira filmagem foi feita no Brasil. A mesma foi realizada pelo cinegrafista Afonso Segreto em 1898, que filmou a entrada da baía da Guanabara a bordo de um navio no qual retornava da Europa, aonde havia feito um curso de operação de cinematógrafos. A data comemorativa presta homenagem ao cinema brasileiro e todos os que trabalham na produção cinematográfica no nosso país.

Fatos Históricos

Alguns historiadores consideram que, na verdade, as primeiras gravações brasileiras teriam acontecido em no dia 5 de novembro de 1896, no Rio de Janeiro, foram projetados oito pequenos filmes, de cerca de um minuto cada um, para a elite carioca, na Rua do Ouvidor. Outros consideram que, na verdade, as primeiras gravações brasileiras teriam acontecido em 1897, na cidade de Petrópolis.

Como os dois acontecimentos foram memoráveis, alguns atribuem o Dia Nacional do Cinema Brasileiro ao dia 5 de novembro, outros o comemoram em 19 de junho.

Independente da disputa das datas, o cinema brasileiro precisa ser comemorado e valorizado. Filmes de ficção e não ficção, documentários,longas e curtas-metragens dos mais diferentes gêneros têm sido realizados por mais de 120 anos por nomes como os de Nelson Pereira dos Santos, Luiz Carlos Barreto, Eduardo Coutinho, Glauber Rocha, Helena Solberg, Héctor Babenco, Fernando Meirelles, Walter Salles, Tata Amaral, Anna Mulayaert e Kleber Mendonça Filho.

Tão importante quanto ás obras e seus realizadores, as salas de cinema espalhadas pelo Brasil compõem a cultura e a memória nacionais. Acompanhar a história cinematográfica brasileira é um passeio pela própria história do país. Nas telonas se refletiram os avanços tecnológicos, o contexto social e político, os períodos de crise e de prosperidade nacionais.

Início das filmagens

As primeiras filmagens brasileiras mostravam curtas cenas cotidianas, como os filmes “Chegada do trem em Petrópolis” e “Bailado de Crianças no Colégio, no Andaraí”.Os primeiros filmes de ficção datam do início do século XX. Normalmente, eram sobre crimes noticiados nos jornais. São exemplos: “Os Estranguladores”, de Francisco Marzullo (1906) e “O crime da mala”, de Francisco Serrador (1908). A partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) o cinema hollywoodiano dominou o mercado. Os filmes de Hollywood entravam no país sem taxas alfandegárias, um dos fatores do enfraquecimento dos filmes locais.

Surgiram os primeiros filmes cantados, em 1909. Os atores ficavam atrás da tela, dublando-se ao vivo. O primeiro filme com som data de 1929: “Acabaram-se os otários”, de Luiz Barros. A Cinédia, o primeiro grande estúdio do Brasil, surgiu na década de 1930 e lançou a atriz Carmem Miranda. Outro grande estúdio foi a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, inaugurada em 1949. O primeiro filme brasileiro a vencer o Festival de Cannes, na categoria aventura, veio da Vera Cruz: “O Cangaceiro” (1953), de Lima Barreto.

Nos anos 40 surgiu a Atlântida Cinematográfica, que revelou Grande Otelo e Anselmo Duarte e apostava suas fichas nas chanchadas, filmes cômicos de baixo orçamento.

O cinema novo marca os anos 60

Cineastas levaram para as telas preocupações sociais e políticas, com produções com baixos orçamentos. A frase célebre “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, de Glauber Rocha, sintetiza o cinema da época. “Deus e o Diabo na Terra do Sol” e “Terra em Transe” são símbolos dessa fase.

A criação da Empresa Brasileira de Filmes (Embrafilme), em 1969, é um marco para o setor, com o financiamento estatal na produção. Dessa época, o filme “Dona Flor e seus Dois Maridos” (1976), de Bruno Barreto, teve recorde de público só superado em 2010, com “Tropa de Elite 2”, de José Padilha. Nos anos 70 também foram produzidas as pornochanchadas, misturando humor com conteúdo erótico. A crise econômica dos anos 80 se refletiu na produção do cinema brasileiro. Faltava dinheiro para a produção de filmes e para os espectadores pagarem os ingressos nos cinemas. A extinção da Embrafilme se dá em 1990, o que prejudicou o setor.

A criação da Secretaria para o Desenvolvimento do Audiovisual e a Lei do Audiovisual, de 1993, significaram a volta do cinema brasileiro. O filme “Carlota Joaquina” A Princesa do Brasil” (1994), de Carla Camurati, deu início a retomada. O filme teve repercussão internacional. Desse período, temos “O Quatrilho” (1995), “O que é isso, Companheiro?”(1997), “Central do Brasil” (1998). Os três foram indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

Premiados em festivais também foram “Carandiru”(2003), “Lavoura Arcaica” (2001), “Amarelo Manga” (2003), “Cidade de Deus” (2002), “Tropa de Elite” (2007). “Minha mãe é uma peça” (2013) é exemplo de comédia brasileira que atingiu grande público. Menos vistas pelo público, mas bastante apreciadas em festivais internacionais, estão as produções independentes como “Aquarius” (2016) e “Bacurau” (2019), ambos de Kleber Mendonça Filho. “Bacurau” foi o segundo filme a conquistar o Prêmio do Júri no Festival de Cannes. O primeiro a vencer essa categoria havia sido “O Pagador de Promessas” (1962), de Anselmo Duarte. “Bacurau” também ganhou o prêmio de melhor filme nos Festivais de Munique e de Lima. Entre os prêmios de “Aquarius”, estão melhor filme nos festivais de Sidney e Amsterdam.

Programação:

Os cinéfilos convictos e os amantes da sétima arte, já tem um bom programa para esse final de semana, em comemoração ao Dia do Cinema Brasileiro a Inffinito Film Festival, um dos mais importantes eventos de cinema brasileiro no exterior, exibe clássicos do cinema tupiniquim.

As exibições online que acontecem até 29 de junho, reúnem 25 filmes nacionais como “Cidade de Deus”, “Minha Mãe é uma Peça” e “Estômago”. Um dos pontos altos da mostra é o clássico “Cidade de Deus” (2002), de Fernando Meirelles, que até concorreu ao Oscar em 2004.

Mas para quem ama uma boa comédia, tem o sucesso de bilheteria “Minha Mãe é uma Peça” (2012), escrito e estrelado pelo inesquecível Paulo Gustavo e dirigido por André Pellenz.

Outro filme, que passou pouco tempo nas salas brasileiras, mas tem feito muito sucesso em festivais, é “Aos Olhos de Ernesto” (2020), de Ana Luíza Azevedo. Nessa sensível história sobre o envelhecimento, você acompanha um fotógrafo idoso uruguaio que está perdendo a visão, mas não quer deixar sua casa e tenta enganar o filho sobre sua situação.

O Inffinito Film Festival ainda exibe pérolas como as cinebiografias “Simonal” (2018), de Leonardo Domingues, e “João, o Maestro” (2017), de Mauro Lima; os dramas “Estômago” (2008), de Marcos Jorge, e “Mutum” (2007), de Sandra Kogut; e os documentários “Raul – O Início, o Fim e o Meio” (2011), de Walter Carvalho, e “Revelando Sebastião Salgado” (2013), de Betse de Paula.

As sessões são sempre as terças, as quintas e sábados, às 20hs e os filmes ficam disponíveis por 24hs.https://inff.online

É só preparar a pipoca e curtir as sessões.

 

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